O Bom e Sagrado Caminho Vermelho

Em nossa caminhada, levando a cura através da medicina da Arte Xamânica a muitos irmãos e irmãs, recebemos inúmeras bênçãos, sejam por palavras, gestos, sorrisos, alegrias, descobertas e a amizade que vamos fortalecendo com cada um que vem compartilhar conosco esta sagrada medicina.

Assim, através da beleza da entrega e do amor incondicional, o Grande Espírito coloca em nosso caminho as bênçãos de receber e compartilhar informações verdadeiras e embasadas no profundo conhecimento das culturas ancestrais espalhadas pelo mundo e pelo tempo, que compartilhamos com todos aqui neste espaço sagrado, por saber que o "Tempo das Nuvens Negras" chegou ao fim e a luz da informação e do conhecimento nativo verdadeiro deve ser transmitido com urgência a todos os buscadores da luz.

Como diz Hotashugmanitu Tanka: "estamos aqui para semear e compartilhar, fazendo brilhar a Roda do Arco Íris neste início do Tempo do Búfalo Branco, trazendo a consciência da totalidade, a paz e a serenidade para os irmãos de todas as cores".

Que assim seja!

Marcelo Caiuã e Bianca Martins


Dois Lobos



Um Ancião Cherokee, um dia falou ao seu neto sobre uma batalha travada dentro de todos nós:

“A vida é vivida entre dois lobos.

Um é cheio de ira, inveja, dor, auto-piedade, inferioridade e superioridade.

O outro, é pleno de alegria, paz, esperança, humildade, bondade e fé.”

O neto perguntou ao Avô: “Qual lobo vence?”

O Ancião respondeu: “O que alimentamos.”

Manifesto Hopi




O Espírito do Povo Vermelho de mil anos atrás está aqui.

A Terra, as Colinas e as Montanhas têm vida dentro de si.

O chão onde pisamos tem vida dentro de si.

Todas as Nações Vermelhas chamam a Terra de Mãe Natureza.

Nossos antepassados nos ensinaram a respeitar a Terra, a tomar conta dela. Em troca, ela tomará conta de nós.

Nossas forças derivam da Terra.

Estamos muito perto da Lua

Muito perto do Sol.

Estamos muito perto da Terra, da feminilidade da Mãe Terra.

Quando pensamos a respeito dessas coisas, nos tornamos parte delas e elas se tornam parte de nós.

Oramos para a Terra, oramos para o Céu, para as Nuvens, para a Chuva e para a Relva, porque acreditamos que todas essas coisas têm Espírito. Até as pedras têm vida.

Antes de sair para caçar, a coisa mais importante a fazer é rezar para a Mãe Natureza, para o Céu e, então, para o Animal. Depois, chorar um pouco e pedir à Mãe Natureza que nos forneça alguma carne. Quando entrar na floresta, você tem de ser o Animal a ser caçado.

Aqui, necessitamos de Chuva. É para ela que rezamos. É por isso que dançamos. Quando saímos em busca de comida, temos de agradecer pelas frutas silvestres estarem nas colinas, plantadas pelo Criador.

As Montanhas têm Espírito. As Montanhas são Sagradas. Lá há paz e fé.

As Nuvens que as circundam são atraídas por elas. Há vida lá em cima.

Devemos adorar a Terra, as Estrelas e o Céu, pois eles têm Espírito.

São os Poderosos Espíritos que nos guiam, que nos ajudam a sobreviver.

Muito conhecimento deriva da família. Ainda tentamos perpetuar esta tradição. Eu, por exemplo, tento perpetuar as tradições do meu Clã.

O Clã que vive ao nosso redor, que está aqui para proteger a minha família. Eu perpetuo e levo adiante esta tradição. Ainda sou um guerreiro.

Sou um guerreiro porque reivindico por meu povo e falo em seu nome.

Rogamos por nossas crianças como rogamos pelas árvores.

Uma coisa que minha avó me ensinou é que, sem família, não somos nada. Ela me ensinou a proteger toda a minha família. E não é muito fácil hoje em dia ensinar isso para gente mais jovem. Não sei se minha filha mais velha me defenderá quando eu precisar dela, como agora eu defendo minha mãe.

As famílias são muito importantes. Caso não existissem, haveria muita gente perdida. Sinto-me um pouco perdido. Quando desejo encontrar a minha identidade, geralmente tenho de ir a um museu para ver como as coisas eram quando meus pais eram jovens. Nascemos com esse Espírito, mas é nossa responsabilidade desenvolvê-lo de modo que tenhamos orgulho de dizer: “Sou um Hopi” ou “Sou um Navajo”. É uma tradição. Uma linguagem. Uma identidade.

Também estamos envolvidos com o mundo animal, com o mundo vegetal e com o Cosmos. A lição fundamental é que devemos compreender isso e viver em harmonia com a Terra e todas as coisas que a habitam. É uma crença simples. É isso que faz os Hopi serem fortes.

Tarde da noite, começam os cânticos.

Cantamos a respeito do Vento, das Nuvens e das Chuvas que alimentam o povo.

Quando morremos, vamos para o Leste, vamos para Luz.

É um lugar poderoso para começar e um lugar muito poderoso para terminar nossa existência. A Terra tem vida. A Terra respira. A Terra pode falar.

Certo dia, olhando as Nuvens, vimos uma dançarina de longos cabelos.

Em primeiro lugar, somos artistas porque queremos criar. Depois, porque somos índios.

Exprimimos nossa cultura dessa forma. A arte que vemos nos índios é a Espiritualidade, agradecendo ao Criador tudo aquilo que Ele fez.

Haverá estradas no Céu. Usaremos caixas com rodas para nos locomover. Essas eram as coisas que profetizávamos quando éramos jovens. E pensávamos: “Como seria lá em cima, onde as estradas seriam construídas?” E aí estão elas, hoje. Pessoas lá em cima, voando como pássaros.

Hoje reivindicamos muitas coisas como se fossem nossas.

A Terra não é nossa.

A vida não é nossa.

A língua não é nossa.

Alguém criou isso tudo?

Quando fomos à escola, o intérprete disse: “Esqueçam sua língua hualapai. Esqueçam a comida indígena. Esqueçam suas histórias, os nomes das Montanhas e Rios. Acima de tudo esqueçam sua língua. Falem somente em inglês.”

Entretanto, mantemos os princípios de nossa tradição em nossos corações. É algo que nos dá muito orgulho dizer: “Aqui está algo que nos pertence. Eis aqui a minha língua, assim foi escrito, é isso que significa.”

Passamos maus momentos na escola. Queríamos aprender a respeito das cobras, dos lagartos e das tartarugas. Então descobrimos que estávamos envolvidos em dois mundos diferentes. Tivemos muito trabalho ao tentar ajustar-nos a esse dois mundos, tentando misturá-los. Não se pode aprender alguma coisa sem abrir mão de outra. Há muita gente criativa na reserva. Eles estão em uma situação paradoxal. Aderem aos valores de seus avós para estar de acordo consigo mesmos e com o meio ambiente. Mas, quando se trata de conseguir um emprego, não estão qualificados para tanto.

Esse sistema de valores segue em uma direção e os outros valores vêm na direção oposta. Devemos dizer aos jovens indígenas que há um lugar intermediário. Nem tanto para cá, mas exatamente no meio, entre pares opostos.

Harvey Lloyd ( Ancião Nativo da tribo Hopi – Arizona – USA)

Siyo Tanka - O Encanto da Flauta Lakota Sioux



Tradução Livre de Wanbli Gleshka, Grande irmão do Caminho Vermelho
Na Lua Quando as Folhas Ficam Verdes, a Terra parece uma bela noiva vestida para casar. A profusão de tons, sons e cores das flores, folhas e plumagens dos pássaros embelezam os lugares, materializando o cenário do paraíso, o território encantado da Mãe Terra. A neve se esvai, lentamente transmutando-se nos rios cristalinos cantantes, que voltam a fluir sua águas límpidas.

Os ventos refrescantes embalam a dança alegre das folhas nas árvores, e a vida acorda para mostrar toda sua beleza, escondida pelo manto frio do inverno. Naqueles dias, quando o povo vivia em paz, um jovem caçador do povo Lakota andava solitário e apreensivo. Seu coração inquieto buscava o amor de uma bela jovem do seu povo, que não demonstrava qualquer interesse por ele. Quando a via, o jovem se exibia em seu belo cavalo selvagem, mas ela não lhe dava a menor atenção. Pela manhã, quando a jovem ia buscar água no riacho, junto com outras jovens, ele se escondia por trás dos arbustos e quando ela estava perto, ele olhava para os seus mocasins e coçava a orelha, sinalizando que gostava dela, mas ela continuava mostrando desinteresse por ele. Quando ela estava apanhando a água no riacho, ele mergulhava e nadava em volta dela, mas ela continuava desprezando-o. Ela era filha do orgulhoso Chefe daquela tribo, que declarava frequentemente não haver nenhum homem entre seu povo à altura de sua bela filha. Naquela época, para conquistar o amor de uma jovem, o rapaz tinha que ser um hábil caçador, um valente guerreiro e possuir cavalos para presentear à família da jovem com a qual desejava se unir. Ou então deveria possuir “A Magia do Alce”, uma habilidade misteriosa que encantava irresistivelmente o coração de qualquer donzela – winchicala. O jovem tinha poucas posses e ainda não tinha revelado suas habilidades na caça ou nos combates. Também não possuía “A Magia do Alce”. Portanto, ele não tinha chances com aquela bela jovem. Naqueles dias, a comida estava escassa. Então, ele saiu sozinho para caçar e pensava que se fizesse uma boa caçada conseguiria obter o prestígio do seu povo e assim, conquistaria o coração da sua bela amada. Entrou na floresta e andou bastante até que conseguiu encontrar as pegadas de um Alce. Seguiu o rastro do animal durante um bom tempo e de repente o avistou numa pequena clareira. Ele havia se preparado com muitas flechas novas em sua aljava e estava ansioso para abater sua presa. Escolheu a sua melhor flecha, a armou cuidadosamente no arco e mirou em direção ao animal, que o olhava profundamente dentro dos olhos. Ele desejava muito “A Magia” daquele belo animal para encantar a sua amada. Ele via “A Magia do Alce” cintilando no brilho daqueles lindos olhos selvagens. Nos olhos do Alce ele via refletido todo o encanto e a magia daquele sentimento de amor que nutria pela bela jovem. Por um momento, enquanto mirava sua flecha mortal, ele se deixou envolver pelo fascínio dos olhos encantados do Alce. Em frações de segundos, o animal se esquivou habilmente e fugiu sorrateiro pela floresta. O jovem caçador foi em busca dele, desesperado, correndo obstinadamente pela mata, perseguindo-o durante um longo tempo. Atirou várias flechas, mas o animal astuto e muito ligeiro sempre conseguia escapar. O Alce finalmente sumiu de sua vista e ele ficou muito triste, naquele momento. Enquanto caçava o animal, ele não percebeu que a noite havia chegado e por estar muito longe não poderia mais retornar para a tribo, naquele dia. Sentiu medo e estava frustrado por não conseguir a caça. Caminhou numa direção e felizmente chegou às margens de um riacho de águas claras e tranqüilas, onde poderia parar para descansar um pouco. Abriu a sua sacola e retirou um pouco de carne seca de búfalo com gordura e comeu. Depois, ele se cobriu com seu espesso cobertor de pele de búfalo, próximo a uma árvore e tentou dormir. Os sons da floresta eram estranhos e assustadores. Os troncos das árvores gemiam ao vento, animais gritavam ao vento, animais gritavam, corujas piavam anunciando encantos noturnos e mistérios. De repente, um som diferente aflora na escuridão da noite na floresta. Ele nunca tinha ouvido aquele som antes. Não parecia ser um som desse mundo. Era um som fantasma. O jovem então açoitou o seu manto para cima, pegou o seu arco, armou uma flecha e se posicionou buscando se defender de uma possível ameaça. Mas nada aparecia e era como se aquele som viesse de um mundo invisível, muito distante . Aos poucos, ele foi ficando mais calmo e começou a prestar mais atenção naquele som. Era como uma bela e melodiosa canção que expressava amor, beleza, esperança, saudades. Pensou na bela jovem a quem amava muito, e exausto adormeceu sem perceber ao som daquela doce e misteriosa canção. Em seus sonhos naquela noite apareceu um belo pássaro – Wagnuka, cantando aquela bela canção misteriosa que ouvira na noite da floresta.

Wagnuka falou a ele no sonho: “Siga-me, eu vou te ensinar uma bela magia.” Ao acordar, com o sol já alto, a primeira coisa que ele viu, num dos ramos da árvore na qual dormia encostado, foi o belo pássaro dos seus sonhos. O mesmo tamanho, a mesma plumagem, a mesma beleza. Lembrou da mensagem do pássaro no sonho: “Siga-me, eu vou te ensinar uma bela magia.” Ficou olhando fixamente para o pássaro, que de repente voou para outra árvore. Ele foi atrás, e o pássaro voou para outra árvore. Ele foi atrás, e o pássaro voou para outra árvore, como se lhe dissesse: “Venha, siga-me.” Num determinado momento, não muito distante, começou a ouvir aquela bela canção, dos seus sonhos. Ansiava muito encontrar quem a cantava. O pássaro parecia voar na direção daquele som e parou num galho na parte superior de uma bela árvore de cedro, cujas folhas balançadas pelos ventos, filtravam raios de luz do sol espalhando-os sutilmente pelos galhos da árvore de rara beleza e avistou o pássaro, lá no alto, por entre os galhos e folhas dançantes. Ele começou a ouvir o ruído de pequenas batidas no alto da árvore, como se batessem num pequenino tambor. Ao mesmo tempo, ele ouviu o som de uma rajada suave de vento e a canção misteriosa cantou seu encanto novamente. Percebeu, então, que o som vinha do vento passando por dentro do ramo oco e que o pássaro fazia um orifício no galho, e que quando passava a fazer outro o som ia mudando de tom, produzindo uma canção que encantava o jovem caçador. Ele ficou fascinado com tudo aquilo, lembrou mais uma vez da mensagem que ouvira nos seus sonhos e falou para o pássaro: “Meu amigo, obrigado por me ensinar essa bela magia, dá-me esse ramo encantado e faz outro para você.” O pássaro atendeu ao pedido do jovem e bicando na extremidade do ramo de cedro, deixou-o cair. O jovem pegou rapidamente o ramo de cedro que continha a magia da bela canção, e voltou correndo para a sua aldeia, sem levar caça, mas muito feliz. Ele sabia que tinha encontrado a magia que o faria encantar e conquistar a sua amada. Em sua tipi, ele tirou o ramo de cedro da sacola e começou a soprar para fazer soar a bela canção. Mas a magia não aconteceu. A misteriosa canção estava muda nas mãos do jovem, que voltou a ficar muito triste. Naquela noite ele contou sua história encantada em volta da fogueira e os anciões da sua tribo o orientaram a buscar uma visão para encontrar a magia da sua bela e misteriosa canção. No dia seguinte, ele se purificou na tenda quente de purificação – inipi – e depois seguiu para o topo de uma montanha para jejuar, durante quatro dias e quatro noites, em busca da sua visão. Naqueles dias, ele orou ao Grande Espírito e implorou muito aos céus pela visão que o ensinasse a fazer o ramo encantado de cedro cantar a bela e misteriosa canção. Durante três dias e três noites nada aconteceu. Na quarta noite, já bastante triste e abatido, ele chorou muito e com profunda humildade e reverência pediu ao Grande Espírito para aprender a magia daquela canção encantada, que havia entrado no seu coração e na sua alma. Naquela noite, o belo pássaro Wagnuka apareceu, mais uma vez, nos seus sonhos. Wagnuka transformou-se em um homem pássaro e lhe falou: “Eu vim ensinar para você a magia da Siyotanka – A Grande Canção. A canção que ouvistes e que encantou seu coração, vem de muito longe. É a canção encantada do Espírito do Vento que traz a magia da beleza da vida, do amor e do encantamento. É um presente do Grande Espírito para você e para o seu povo. Vou ensinar-lhe a magia da Siyotanka, observa. Em seguida o homem pássaro, no sonho do jovem, mostrou-lhe o ramo de cedro e como ele deveria fazer para a magia da Grande Canção acontecer. Ele observou cuidadosamente o ensinamento sagrado e em seguida despertou. Desceu a montanha até uma árvore de cedro. Escolheu um ramo e trabalhou nele por muitas horas, esculpindo-o com uma faca de osso e perfurando-o com uma broca de corda, conforme lhe havia ensinado o homem pássaro em seu sonho. Ao final ele talhou na madeira um pássaro como Wagnuka e fixou-o na parte da frente do ramo de cedro. Quando terminou, ele orou bastante e defumou a Siyotanka com perfume de cedro, sálvia e erva-doce. Seguiu para sua tribo e entrou soprando suavemente a bela canção encantada na Syiotanka, para a surpresa de todos. Enquanto ele soprava a Siyotanka todos ficaram maravilhados e encantados com aquela bela canção. Aquele ramo de cedro continha dentro de si, a magia, beleza e encantos da primavera, os belos sons dos ventos, das folhas das árvores, das águas cantantes e dos alegres pássaros cantores, dos belos dias de verão e das noites encantadas de luar. A magia da Siyotanka contagiava a todos com vibrações de amor, de paz, de vida e de encanto. Em uma noite de lua cheia, ele ficou em pé, embaixo de uma árvore alta de cedro, próximo a aldeia, e compôs uma canção especial para encantar a sua jovem amada. Ela estava na tipi de seus pais, comendo carne de búfalo e começou a ouvir a bela canção do Siyotanka. Ela queria continuar ali, com seus pais, sob o calor brando do fogo que aquecia e iluminava a tipi, mas o seu coração era como um cavalo selvagem que queria galopar rápido até o lugar de onde vinha aquela bela canção. Ela tentava ficar quieta, mas não conseguia. Saiu em disparada até a árvore, onde estava o jovem soprando a magia da Siyotanka. Ao vê-lo ali, em pé, embaixo da bela árvore ao luar, tocando aquela bela canção encantada ela ficou paralisada. Eles ficaram em silêncio, olhando nos olhos um do outro, por algum tempo. A luz encantada da lua banhava o belo casal, embaixo da árvore de cedro, encantados pela magia do amor. Uma cena bonita, terna, eterna, inesquecível. Olhando-o ainda nos olhos ela disse-lhe: “Koshkalaka, você encantou o meu coração com essa magia. Eu quero ser sua mulher”. O jovem ficou exultante de felicidade e naquele momento compartilharam o mesmo cobertor de búfalo sob o manto sagrado da lua e das estrelas que cantaram abençoando o amor daquele belo casal. Antes de voltarem para a tribo ela lhe disse: “Não importa se seu presente é pequeno. Será aceito, porque a sua magia é grande e verdadeira como o nosso amor”.

Os pais deles concordaram e eles se tornaram um belo casal. Ele posteriormente se tornou um grande caçador e Chefe da tribo para o orgulho dos seus pais e da sua bela mulher. A magia da Siyotanka viajou por todas as tribos deixando os jovens encantados com a história do ramo de cedro que encantou a vida de um jovem caçador e sua bela amada. Deli em diante, todos os jovens queriam aprender a magia da siyotanka – A Grande música e passaram a talhar e perfurar ramos de cedro, compor belas canções e encantada suas jovens amadas. Os corações das jovens palpitavam desenfreadamente quando ouviram os encantos da siyotanka invadindo suavemente os recônditos de suas belas almas. Por isso, a Siyotanka também ficou sendo conhecida como a “Flauta do Amor”. Posteriormente nos encontros e festejos do povo Lakota, as canções dos ventos ancestrais soprados na siyotanka envolviam a todos, juntos ao cânticos sagrados, no ritmo dos tambores e dos corações aquecidos pelas fogueiras e pelas estrelas. Aquela lua, em que as folhas ficam verdes ficou na história do povo Lakota, pois foi naquela bela primavera que o Grande Espírito presenteou o povo com o mistério da Siyotanka, trazendo encanto, beleza, e a magia sagrada das canções ancestrais do vento para o mundo da Grande Nação Lakota.

A magia da siyotanka entrou na lama e no coração do povo Lakota compondo o encanto do amor que fez o povo florescer de forma bela e encantada. E foi assim que a magia da Siyotanka surgiu nos sonhos de um jovem apaixonado que não conseguiu naquele dia matar um Alce, mas que sabia ouvir a canção do amor. O amor que une de forma sagrada homem e mulher. Um amor que nasceu do Alce, do cedro, de um belo pássaro, do mundo encantando dos sonhos, onde habita o homem pássaro e as mensagens de Amor do Grande Espírito. O amor que flui com as águas cantantes de um rio, na melodia encantada da bela canção soprada pelo espírito do vento nos corações amantes. Dessa forma, a magia sutil do vento nos abençoa até hoje, através da Grande Canção – Siyotanka.