O Bom e Sagrado Caminho Vermelho

Em nossa caminhada, levando a cura através da medicina da Arte Xamânica a muitos irmãos e irmãs, recebemos inúmeras bênçãos, sejam por palavras, gestos, sorrisos, alegrias, descobertas e a amizade que vamos fortalecendo com cada um que vem compartilhar conosco esta sagrada medicina.

Assim, através da beleza da entrega e do amor incondicional, o Grande Espírito coloca em nosso caminho as bênçãos de receber e compartilhar informações verdadeiras e embasadas no profundo conhecimento das culturas ancestrais espalhadas pelo mundo e pelo tempo, que compartilhamos com todos aqui neste espaço sagrado, por saber que o "Tempo das Nuvens Negras" chegou ao fim e a luz da informação e do conhecimento nativo verdadeiro deve ser transmitido com urgência a todos os buscadores da luz.

Como diz Hotashugmanitu Tanka: "estamos aqui para semear e compartilhar, fazendo brilhar a Roda do Arco Íris neste início do Tempo do Búfalo Branco, trazendo a consciência da totalidade, a paz e a serenidade para os irmãos de todas as cores".

Que assim seja!

Marcelo Caiuã e Bianca Martins


A verdade sobre o escalpo


    
“Os colonos holandeses, franceses e ingleses tornaram popular o costume introduzido na América pelos espanhóis, de oferecerem prêmios pelos escalpos de seus inimigos do Novo Mundo, os índios.”

Os índios do México e América do Norte NUNCA praticaram o escalpo ou mataram velhos, mulheres e crianças, eles achavam que um homem nunca poderia descer tão baixo. Quem o fazia eram os brancos. 
 
“Em 18 de agosto de 1863, o General Carleton, decidiu estimular o zelo de suas tropas, estabelecendo um prêmio em dinheiro pelo gado navajo capturado. Ofereceu 20 dólares por cada cavalo ou mula sadios e aproveitáveis, e um dólar por cabeça pelos carneiros trazidos ao oficial de intendência, em Fort Canby.

Como o salário dos soldados era de menos de 20 dólares mensais, a oferta liberal estimulou-os bastante e alguns dos homens estenderam-na aos poucos navajos que podiam matar. Para provar suas habilidades militares, começaram a cortar o punhado de cabelo que os navajos prendiam com uma faixa vermelha na cabeça. Os navajos não podiam acreditar que Carson permitisse o escalpo, que consideravam um costume bárbaro introduzido pelos espanhóis.”

“Num pronunciamento público feito em Denver, em 1859, pouco antes do massacre dos Cheyennes, o Coronel Chivington defendeu a morte e o escalpo de todos os índios, mesmo crianças:

- Dos ovos é que nascem os piolhos.”

“...Quando o Coronel Chivington foi até o alojamento dos oficiais em Fort Lyon, o Major Antothony recebeu-o calorosamente. Chivington começou a falar de colecionar escalpos e nadar em sangue.” (planejando o massacre aos Cheyennes)

“...A descrição de Robert Bent sobre as atrocidades dos soldados foi corroborada pelo Tenente James Connor:

- Ao passar pelo campo de batalha no dia seguinte, não vi um corpo de homem, mulher ou criança que não estivesse escalpado e, geralmente, os corpos estavam mutilados da maneira mais horrível, homens mulheres e crianças com os genitais cortados; ouvi um soldado dizer que havia cortado as partes genitais de uma mulher e as pendurara num pau para mostrar; ouvi outro soldado dizer que cortara os dedos de um índio para ficar com os anéis da mão; segundo meu melhor conhecimento e crença, essas atrocidades foram cometidas com o conhecimento do Coronel J.M. Chivington e não sei de qualquer medida que ele tenha tomado para impedi-los, ouvi o caso de uma criança de poucos meses que foi jogada no interior de um carroção e, depois de ser levada a alguma distância, deixada no chão para morrer; também ouvi vários casos de homens que cortaram genitais de mulheres e os penduraram no arção da sela ou os usaram nos chapéus, quando cavalgavam nas fileiras.”

(do relatório do Tenente James Connor, sobre o massacre aos Cheyennes)

“...Assim que sua ferida sarou, George voltou ao rancho do pai. Ali, ouviu do seu irmão Charlie mais detalhes das atrocidades dos soldados em Sand Creek – os horríveis escalpos e mutilações, a carnificina de crianças e bebês. Depois de alguns dias, os irmãos decidiram que, como mestiços, não queriam mais fazer parte da civilização do homem branco e deixaram silenciosamente seu rancho, partindo para o norte, a fim de se juntarem aos Cheyennes.”

“...O acampamento estava indefeso, sendo mais de velhos, mulheres e crianças, vários dos quais doentes de varíola (que contrariam usando os cobertores propositamente contaminados enviados a eles pelo governo americano). Dos 219 piegans no acampamento, só 46 escaparam para contar a história; 33 homens, 90 mulheres e 50 crianças, foram mortos a tiros quando corriam para fora de suas tendas.”

“De quem foi a voz que primeiro soou nesta terra? A voz do Povo Vermelho, que só tinha arcos e flechas... O que foi feito em minha terra, eu não quis, nem pedi, os brancos percorrendo minha terra... Quando o homem branco vem ao meu território, deixa uma trilha de sangue atrás dele...”

Chefe Mahpiua Luta, dos Sioux Oglalas (Nuvem Vermelha)


Trechos do livro – Enterrem Meu Coração Na Curva Do Rio – escrito por Dee Brown, uma das maiores autoridades na História do Oeste Americano, e que em 1970, trouxe a público o holocausto americano ao Povo Vermelho e toda a verdade sobre os índios.