O Bom e Sagrado Caminho Vermelho

Em nossa caminhada, levando a cura através da medicina da Arte Xamânica a muitos irmãos e irmãs, recebemos inúmeras bênçãos, sejam por palavras, gestos, sorrisos, alegrias, descobertas e a amizade que vamos fortalecendo com cada um que vem compartilhar conosco esta sagrada medicina.

Assim, através da beleza da entrega e do amor incondicional, o Grande Espírito coloca em nosso caminho as bênçãos de receber e compartilhar informações verdadeiras e embasadas no profundo conhecimento das culturas ancestrais espalhadas pelo mundo e pelo tempo, que compartilhamos com todos aqui neste espaço sagrado, por saber que o "Tempo das Nuvens Negras" chegou ao fim e a luz da informação e do conhecimento nativo verdadeiro deve ser transmitido com urgência a todos os buscadores da luz.

Como diz Hotashugmanitu Tanka: "estamos aqui para semear e compartilhar, fazendo brilhar a Roda do Arco Íris neste início do Tempo do Búfalo Branco, trazendo a consciência da totalidade, a paz e a serenidade para os irmãos de todas as cores".

Que assim seja!

Marcelo Caiuã e Bianca Martins


Desabafo dos Donos do Brasil



“Nós índios, olhamos para esse mundo do homem branco e verificamos que essa civilização não deu certo.”

(Marcos Terena, do Povo Terena, Mato Grosso do Sul)

“Você vai me dizer: o índio ta falando mas é selvagem; selvagem são vocês, milhares de anos estudando e nunca aprenderam a ser civilização. Pra que está estudando? Para destruir a Natureza e no fim destruir a própria vida?”

(José Luiz Xavante)

“Queremos que a floresta permaneça silenciosa, que o céu continue claro, que a escuridão da noite caia realmente e que possamos ver as estrelas. As terras dos brancos estão contaminadas, estão cobertas de uma fumaça – epidemia xawara – que se estendeu muito alto perto do céu. Essa fumaça se dirige para nós, mas ainda não chegou aqui, pois o Espírito Celeste – Hutukarari – a repele ainda, sem descanso. Acima de nossa floresta o céu ainda é claro, pois não faz muito tempo que os brancos se aproximaram de nós. Mas bem mais tarde, quando eu estiver morto, talvez essa fumaça aumente a ponto de estender a escuridão sobre a terra e de apagar o sol. Os brancos nunca pensam nessas coisas que os Pajés conhecem, é por isso que eles não têm medo. Seu pensamento está cheio de esquecimento. Eles continuam a fixá-lo sem descanso em suas mercadorias, como se fossem suas namoradas.”

(Davi Yanomami, Pajé e líder do Povo Yanomami)

“O mundo dos brancos é quadrado, eles moram em casas que parecem caixas, trabalham dentro de outras caixas, e para irem de uma caixa à outra, entram em caixas que andam. Eles vêem tudo separado, porque são o povo das caixas.”

( Pajé do Povo Kaingang)

“Já moramos mais de 500 anos dentro da Floresta Amazônica, nunca pensamos destruir, porque nossa mata e nossa terra são nossa Mãe. Por favor, não destruam o que guardamos com tanto amor.”

(Povo Munduruku)