Tambor modelo Cherokee Wakan Wood Artesanato Xamânico, confeccionado por Marcelo Caiuã e pintado por Bianca Teixeira Martins |
“Nós, da Nação Powhatan, discordamos das afirmações de Disney. O filme apresenta uma visão distorcida que vai muito além da história original. Nossas ofertas para ajudar a Disney em aspectos culturais e históricos foram rejeitadas. Tentamos fazer com que a Disney corrigisse os erros ideológicos e histórias do filme, mas fomos ignorados.
É triste que essa história, da qual ingleses e americanos deveriam se envergonhar, tenha se tornado um meio de entretenimento, perpetuando um mito irresponsável e falso sobre a Nação Powhatan.”
Chefe Roy Cavalo Louco
É triste que essa história, da qual ingleses e americanos deveriam se envergonhar, tenha se tornado um meio de entretenimento, perpetuando um mito irresponsável e falso sobre a Nação Powhatan.”
Chefe Roy Cavalo Louco
Pocahontas era uma menina da Nação Powhatan, filha do Chefe Wahunsunacock, que governava uma área que abrangia quase todas as tribos vizinhas no litoral do estado da Virgínia, região chamada pelos índios de Tenakomakah. Seu nome verdadeiro era Matoaka, sendo que Pocahontas era só um apelido de infância.
Quanto a John Smith, se tratava de um homem de meia idade, de cabelos castanhos, de barba e cabelos longos. Ele era um dos líderes dos colonos que lutavam para tomar as terras dos Powhatan, e que em 1607, foi capturado por caçadores Powhatan. Ele possívelmente seria morto, mas Pocahontas, que contava então com 11 anos de idade, interveio, conseguindo convencer o pai que a morte de John Smith só aumentaria o ódio dos colonos. Ao contrário do que dizem os romances sobre sua vida, Pocahontas e Smith nunca se apaixonaram. Smith serviu como um tutor da língua e dos costumes ingleses para Pocahontas.
Em 1609, um acidente com pólvora obrigou John Smith a ir se tratar na Inglaterra, mas o colonos disseram à Pocahontas que Smith morrera. A verdadeira história de Pocahontas tem um triste final. Em 1612, aos 17 anos, ela foi aprisonada pelos ingleses enquanto estava numa visita social e mantida na prisão de Jamestown por mais de um ano. Durante o período de captura, o inglês John Rolfe demonstrou um especial interesse pela jovem prisoneira. Como condição para Pacahontas ser libertada, ela teve de se casar com Rolfe, que era um dos mais importantes comerciantes ingleses no setor de tabaco.
Rolfe, cuja esposa e filha haviam falecido, tinha cultivado com sucesso uma nova espécie de tabaco na Vírginia e gasto muito tempo lá para a colheita. Ele era um homem muito religioso que se angustiava com as potenciais repercurssões de casar com uma “selvagem”. Em uma longa carta dirigida ao governador, pediu permissão para casar-se com Pocahontas, relatando seu amor por ela e sua crença em que ela poderia ter sua alma salva. Ele alegou “que não estava somente movido pelo desejo carnal, mas pelo bem desta plantação, pela honra de nosso país, pela Glória de Deus, pela minha própria salvação... ela se chama Pocahontas, a quem dirijo meus melhores pensamentos, e eu tenho estado por tanto tempo tão confuso e encantado por esse intrincado labirinto...” Então, Alexander Whitaker, ministro inglês, ensinou a religião cristã e aprimorou o inglês de Pocahontas e, quando este providenciou seu batismo cristão, Pocahontas escolheu o nome de Rebecca. Logo após, em 05 de abril de 1614, ela se casou com Rolfe e passaram a viver em sua plantação de tabaco, Varina Farms, que estava localizada ao lado do James River. Tiveram um único filho, Thomas Rolfe, nascido em 30 de janeiro de 1615. Esta união estabeleceu a paz entre os colonos de Jamestown e a tribo de Pocahontas.
Mas mesmo assim, os responsáveis pela Colônia de Virgínia encontravam dificuldade em atrair novos colonos para Jamestown. Com o objetivo de encontrar investidores para assumir os riscos, usaram Pocahontas como uma estratégia de marketing, tentando convencer os ingleses de que os nativos americanos poderiam ser domesticados, buscavam desse modo, salvar a colônia.
Assim, em 1616, Pocahontas e Rolfe viajaram para a Inglaterra, levando junto com eles, 11 membros da Nação Powhatan, incluindo o Xamã Tomocomo. Quando chegaram lá, eles ficaram no subúrbio e o Rei James não queria recebê-la formalmente. Por isso, Smith, que estava em Londres, ao saber disso, escreveu uma carta ao Rei contando como Pocahontas os havia salvo em Jamestown da fome, do frio e da morte, convencendo-o a recebê-la.
Em 1617, Pocahontas e John Smith se reecontraram. Smith se reencontraram. Smith escreveu em seus livros que, durante o reencontro, Pocahontas não disse uma palavra a ele, mas, quando tiveram a oportunidade de conversar sozinhos, ela declarou estar decepcionada com ele, por não ter ajudado a manter a paz entre sua tribo e os colonos.
Meses depois, Rolfe decidiu retornar à Virgínia, mas uma doença de Pocahontas (provavelmente pneumonia ou tuberculose), obrigou o navio em que estavam a voltar para a Inglaterra. Ao desembarcar ela morreu. Seu funeral ocorreu no dia 23 de março de 1607, na paróquia de São Jorge, em Gravesend. Em sua memória, foi erguida, em Gravesend, uma estátua de bronze em tamanho real.
O Chefe Powhatan morreu na primavera seguinte. Seu Povo foi dizimado e suas terras tomadas pelos colonos.
Fonte: Wikipédia