O Bom e Sagrado Caminho Vermelho

Em nossa caminhada, levando a cura através da medicina da Arte Xamânica a muitos irmãos e irmãs, recebemos inúmeras bênçãos, sejam por palavras, gestos, sorrisos, alegrias, descobertas e a amizade que vamos fortalecendo com cada um que vem compartilhar conosco esta sagrada medicina.

Assim, através da beleza da entrega e do amor incondicional, o Grande Espírito coloca em nosso caminho as bênçãos de receber e compartilhar informações verdadeiras e embasadas no profundo conhecimento das culturas ancestrais espalhadas pelo mundo e pelo tempo, que compartilhamos com todos aqui neste espaço sagrado, por saber que o "Tempo das Nuvens Negras" chegou ao fim e a luz da informação e do conhecimento nativo verdadeiro deve ser transmitido com urgência a todos os buscadores da luz.

Como diz Hotashugmanitu Tanka: "estamos aqui para semear e compartilhar, fazendo brilhar a Roda do Arco Íris neste início do Tempo do Búfalo Branco, trazendo a consciência da totalidade, a paz e a serenidade para os irmãos de todas as cores".

Que assim seja!

Marcelo Caiuã e Bianca Martins


Sobre o nome de Tatanka Lyotake



Para quem tenha realmente conhecimento do inglês e do dialeto Lakota, especificamente, certamente não traduziria "Sitting Bull" como "Touro Sentado", mas "Búfalo Macho Sentado", quando na verdade sequer havia "touros" em território Lakota naquela época. "Bull" quer significar "o macho não-castrado de qualquer animal de grande porte da família bovina, dentre outros, como o macho do búfalo, da baleia, do alce, do elefante, etc.

Como gíria tem vários significados regionais, como policial, pessoa corpulenta e barulhenta, conversa vazia, insincera ou tola sem qualquer fundamento; pessoa que por total falta de jugamento comete grande matança ou massacre presumivelmente numa situação delicada; luta corpo a corpo e também é o verbo "agarrar fortemente", "abraçar forte e apertadamente" numa luta, etc.

Nesses significados, a origem é do Inglês Medieval, bul, bole que no Dinamarques permaneceu "bull" e do Germânico bulle. Entretanto o substantivo "bull" também tem outros significados, mas de origem no Velho Francês com mixigenação no Italiano e no Latim, bulla. Daí, quer significar, um vício papal, um botão de pressão liga-desliga, um documento de origem papal, selo usado no fechamento de envelope, etc., com a figura de S.Pedro ou S.Paulo impressa tendo no outro lado o nome do Papa e o ano de seu pontificado. Como verbo transitivo regular significa "tentar aumentar o preço de mercado"; como verbo intransitivo significa "mostrar desejo sexual; como adjetivo significa "masculino", "másculo".; como prefixo faz uma forma combinada , significando " de origem másculo-animal" como bullfight ou "como a um animal", como em bullhead ou "muito grande", "enorme", "bem grande", como bullfrog, bulldog, etc. Há outras gírias militares menos importantes.

Convém que se saiba, que o dialeto Lakota é um dialeto muito específico, espiritualístico, não-normativo com base línguística muito espiritual-lemuriana. Uma palavra Lakota tem mais a ver com a sua "interação" espiritual do que com o material. Como dialeto, evidentemente, não é normativo, não há registros escritos, razão porque muitos povos no Brasil e pelo mundo, escrevem-no respeitando as bases fonéticas de sua língua-mãe.

Assim como em "OyaSSin", se na base fonética inglêsa escrevêssemos "OyaSin", a pronúncia seria "OyaZin" para os brasileiros, respeitando a norma da Língua Portuguesa: "...o 'S' entre vogais tem o som de Z", quando a pronúncia Lakota verdadeira é "OYASSIN" Até que se estabeleça uma gramática normativa para o dialeto Lakota, haverão "n" maneiras - com base nas normas gráfico-gramaticais e fonética de cada língua mãe - de grafar uma palavra Lakota, como, por exemplo, oyasin, oyassin, oyacin ou até mesmo com 'm' em vez do 'n'.

No tempo do Povo Lakota, Sioux, o dialeto nunca foi escrito, só falado, logo, cada pessoa, dependendo das normas fonéticas de sua Língua-Mãe, o grafa hoje. Um exemplo elucidativo é a palavra "SIOUX" assim grafada pelos franceses quando travaram o primeiro contato com o Povo Lakota, quando o termo "seria" Siuks, significando HOMENS-BÚFALO. Esse acontecimento se deu em 1575, e foram os franceses e não ingleses que mantiveram o primeiro encontro com os Lakotas.

Outro exemplo claro, é o seu nome Lakota "Tchetan", que para os Americanos seria grafado "Chetan", porque o "ch" Inglês vale foneticamente "TCH"Com o advento da independência do Povo Lakota, haverá, em breve, com as bênçãos de Deus, o reconhecimento do 'dialeto' para idioma, e daí as dez classes gramaticais próprias de um IDIOMA bem como as normas gramaticais e fonéticas, surgirão.

Há na Internet, muitos comentários atribuidos ao Povo Lakota sem qualquer embasamento verídico. Lí recentemente a opinião de um comentarista, que o dialeto Lakota não tem o pronome pessoal Reto "eu", porque eles eram indios miseráveis, incapazes e dependentes de todos, razão porque eles só conheciam a palavra "nós", "grupo de pessoas", "turma", etc., quando não há, absolutamente, vestígio de verdade nessa opinião.Os Lakotas são povos remanescentes dos Lemurianos com natureza de puro amor e grandiosidade espiritual.Para os Lakotas, não existe a ilusão da separação - a dualidade - mas o TODO manifestado em diferentes formas: o Panteísmo.

Resta, pois, ratificar ainda, que só adquirirá fluência no dialeto Lakota e falá-lo com o verdadeiro SENTIMENTO LAKOTA aquele irmão ques estiver no caminho da luz, da integridade universal e sentir-se como "uma centelha" de luz para JUNTAMENTE com os demais, compor o Grande Universo.

Poderá alguém falá-lo sim, mas sem a "destreza" Lakota... espiritual: Mitakue Oyassin= Somos todos fios da mesma teia (...tecida por Wakantanka) Muitos idiomas e até dialetos, usam desinências para a declinação de suas classes gramaticais, e até consoantes fônicas para composição fonética ou para evitar a cacofonia, é o caso do "t" francês, da simplificação do artigo indefinido "uma" em Português para "u'a"; da preposição "y" do Espanhol que se reveste para "e" em casos fono-expressivos; do "t" do dialeto Lakota em "L' yotake = Lyotake, que quer significar "Búfalo que senta em paz, com serenidade".

A palavra "Lakota/Olakota, significa paz, serenidade, com entrosamento, com interação. Por outro lado, por ainda ser dialeto e não idioma, o Lakota usa duas desinências comuns para o substantivo, o "e" e o "a", razão porque muitos escrevem "L'yotakA, e não L'yotakE", e além de substantivo, LYOTAKE também é verbo... e advérbio. Não há definição muito clara e expressiva nas classes gramaticais Lakota, mas o sentimento espiritual de entendimento."

IYOTANKA", não é Lakota. Aliás, desconheço a formação desse termo, no SAPIENTÍSSIMO NOME DE TATANKA LYOTAKE", pois "T'+Tanka" já quer significar "Homem Búfalo". Quanto ao filme "Enterrem meu coração no curva do rio", houve sim, uma grande influência do Inglês no dialeto Lakota hoje, no filme, e o diretor/produtor, evidentemente, viu assim escrito e assim ele o produziu.

É o que tenho a expor a você e Cândi, meu amigo Tchetan, com os nossos agradecimentos.

***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com

Wolf Song - Shamanic Version




"O Lobo é o desbravador, o precursor de novas idéias. É aquele que sempre retorna ao seu clã para ensinar e compartilhar os conhecimentos adquiridos.

Na Grande Nação das Estrelas, o Lobo é representado pela Estrela do Cachorro, Sírius, da qual, segundo as antigas tradições, vieram nossos mestres. O Lobo tem os sentidos muito aguçados e tem na lua a sua aliada de poder. A lua simboliza a energia psíquica, e também o inconsciente que guarda os segredos da sabedoria e do conhecimento.

Ao uivar para a lua, o Lobo manifesta seu desejo de entrar em contato com as novas idéias que se ocultam sob a superfície da mente consciente. A magia do Lobo fortalece e estimla o professor que existe dentro de cada um de nós.

O totem do Lobo nos estimula a ensinar as crianças da Terra a viver em harmonia e a compreender o Grande Mistério e o sentido da vida. Para o nosso Povo Vermelho, o Lobo é o maior mestre da tribo."

Lobo...
Professor,
Mestre,
Desbravador de caminhos,
Cão lunar de minha alma.
Uivando,
Cantando,
Ensinando a viver.

Wópilatanka
Paz e Luzzzz

***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Fonte: Canção da Meia-Noite - Clã do Lobo USA
Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com

Atewaya, Inawaya e Witchashawakan


Chief Red Cloud

Atewaya (masculino) Inawaya (feminino) e Witchashawakan (ambos os sexos) - Há "diferenças acentuadas" entre os termos.

Atewaya/Inawaya: São "titulações" mais simples, humildes, usados por Xamãs que não assumem o controle geral, não são "tão experientes" quanto o Witchashawakan, não dominam situações, etc., etc.

Quando já amplamente experientes, conselheiros espirituais experientes, "autoridades espirituais", etc, etc. passam a se denominarem WITCHASHAWAKAN.

Isso acontece quando o Xamã realmente sente no coração que é completo, "wakan"= sagrado, respeita os rituais, a Mãe-Terra com todo louvor, etc., etc. Desde que iniciamos, a muito tempo atráz asumimos a "titulação" Atewaya/Inawaya, mas à partir do ritual do dia 19 deste mês (fechado à família), assumiremos WITCHASHAWAKAN, (também WITCHASHA WAKAN) eu e esposa. Estávamos apenas esperando o tempo certo para termos o Tambor e o Cachimbo nas características Lakota.

Hetchetu yelo= Que assim seja!
Mitakue Oyassin

***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com

Lakota Thunder - Sitting Bull Memorial Song

Só quem vê com o coração - o lugar onde mora o Grande Espírito - pode sentir



"O Povo de Pedra registra um momento em que o conhecimento será revelado. Entre os Sioux existe um grupo especial de Xamãs da Pedra, que possuem muitos conhecimentos e talentos especiais, como por exemplo, prever o futuro. O Povo de Pedra é quem detém os registros da Mãe Terra. Estes grandes Mestres têm condições de transmitir aos buscadores da verdade grande parte do conhecimento relativo à história do nosso Planeta e à história de seus filhos. A missão das Pedras, o seu serviço na Terra, consiste em armazenar energia. O corpo de nossa Mãe Terra é constituído por rochas que se quebram e que se movem de acordo com as mudanças climáticas. Elas vão se rompendo, formando pedras menores, que mais tarde se tornam solo. As rochas detem registros históricos e transportam energia eletromagnética na superfície da nossa Mãe. O Povo de Pedra coleta a energia e a armazena para uso posterior. O reino mineral é matéria densa, cujas qualidades magnéticas permitem às pedras registrarem tudo aquilo que ocorre no planeta."

Povo de Pedra
Portadores dos registros da Terra,
Tereis a bondade de explicar
A história que nos deu a luz,
A verdade que só vós comportais?
Como as vossas primas dos mares,
As conchas que nos permitem ouvir
Os sagrados murmúrios são a chave
Da história que nos é cara.

Povo de Pedra, queremos ouvir-vos.
Ensinai-nos os antigos meios
Para que possamos construir um futuro
Baseado na oração e no louvor.

Mitakue Oyassin

***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Fonte: Canção da Meia-Noite - Professora na Tenda Escolar do Clã do Lobo da Nação Seneca - USA
Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com

Selvagens



"Não achamos que as grandes planícies abertas, que os montes curvos ou que os riachos sinuosos e emaranhados sejam selvagens.

Só para o homem branco a Natureza é selvagem.

Só para ele a Terra estava infestada de animais e pessoas selvagens.

Para nós, era inofensiva.

A Terra era generosa e estávamos cercados de Bênçãos do Grande Mistério.

Até que o homem peludo do leste chegasse com brutal furor, amontoasse injustiças sobre tudo que amávamos, não havia selvagem para nós.

Mas quando os próprios animais da floresta começaram a fugir à sua chegada, o Oeste Selvagem passou de fato a existir."

***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Fonte: Chefe Urso em Pé - Oglala Sioux
Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com

Shanunpa



Aho mishunka Marcelo

Olakota na iyoyanpa (paz e luz)

Tentarei repassar a você o que sei e conheço sobre o Shanunpa, desde antes de Temujin, o Grande Cã dos Cãs, Gengis Khan. E ratifico que faz parte dos conhecimentos dos verdadeiros Xamãs Russo-Mongóis e Americanos dos quais alguns eu conheci in loco. Por isso, faz parte de meus conhecimentos das Verdades.

Com a conquista da Mongólia por Gengis Khan, a sociedade teve uma enorme modificação, perdendo, inclusive muitas de suas características próprias. A Mongólia transformou-se, pois, num Grande Império, mas nem com isso acabou assumindo costumes alheios e não perdeu a calorosa tradição xamânica. Gengis Khan, nascido na Mongólia em 1162 como Temujin, era cercado de lendas xamânicas, inclusive uma que dizia sobre a vinda de um “Lobo Cinzento” que devoraria a Terra no futuro mais distante, e ele tinha grande respeito pelo Xamanismo (Essa “lenda” tem a ver com o que a Terra está “passando” no nosso tempo).

Em 1206, uma assembléia geral foi formada com todos os chefes tribais das estepes, e o proclamou Gengis Khan, o Cã dos Cãs. Na verdade o Xamanismo teve origem na quietude das estepes mongólicas muito antes, mas muito antes de Gengis Khan formar o seu Império, antes do ano mil, e os rituais eram consagradamente comuns em diversas regiões, mas eram bem mais fortes no Mughulistão, onde também as vestimentas eram de cores mais vivas e abundantes.

Essa expansão xamânica penetrou por toda a Mongólia, mas o brilhantismo xamânico se reservou nas estepes, com toda a sua pompa. O povo mongol era um pouco ainda bárbaro e seu conceito de xamanismo era que se devesse cuidar muito bem do vegetal, pois ele alimentava seu rebanho, seus animais, que por sua vez alimentavam os mongóis. Como vê, os mogóis eram carníveros, e se alimentavam ainda do yogurte e de vários tipos de queijo. É claro que o yogurte daquela época não era como os de hoje, mas sim uma espécie de massa láctea coagulada como a coalhada brasileira.

A palavra “yogurt” é Mongol, um popular prato Mongol (o idioma Mongol usa o alfabeto russo). O Xamanismo Mongol não era idêntico ao xamanismo do indígena americano, pois os mongóis além de nômades, eram bárbaros, viviam nas estepes, muito frio e neve e havia sempre muita influencia do clima. Mas sabe-se que a influência xamânica mongólica levou seus lastros para o Canadá e Estados Unidos, via Estreito de Bering-Alaska, que era, até então, parte integrante da Rússia.

Mas é bem importante dizer, que os Sioux, povo de grandes conhecimentos e sapiência vieram da Lemúria com a missão de trazer conhecimentos e “ajudar” o povo terreno, e, ao “chegarem”, já se incumbiram da prática xamânica, não com o brilho das fortes e gritantes vestimentas multicoloridas russo-mongólicas, mas com o forte conceito naturalista, decência e honra à Mãe-Terra.

O que caracteriza o Xamanismo é um Xamã, “espécie” de sarcedote, quando na verdade, é muito, mas muito mais que isso. Xamã, palavra mongol, é a soma de sacerdote + profeta + médico + homem + intuitivo + clarividência + clariaudiência + professor + humildade + simplicidade + sensitividade + honra, e o famoso Gengis Khan (Temujin) teve seu poder de eleito para conquistar o mundo, por um Xamã.

Logo, o Xamã era e é até hoje, um homem respeitado por todos na Mongólia, Rússia, etc. A religião nunca foi um dos elementos motores de Gengis Khan e foi justamente por isso que seu império não logrou legados tão duradouros, quanto os do Império de Maomé, por exemplo ou de seu neto Kublai Khan.

É indiscutível o receio que Gengis Khan tinha de perda de seu poder para os Xamãs, que tudo sabiam e “viam”, razão porque o Grande Khan se fazia passar por negligenciador da prática xamânica como defesa de seu império. Daí, o xamanismo mongol começou a tomar caminhos por outras regiões da Mongólia e Russa no sentido de salvar as tradições caso o Grande Khan o limitasse na Mongólia, e, ao mesmo tempo outras filosofias tentavam penetrar na Mongólia.

Veja que Gengis Khan sabia e conhecia profundamente que o Xamanismo era forte e poderoso e que “vencê-lo” seria impossível, assim, “negligenciá-lo” seria mais prudente. Em seus cultos e rituais xamânicos, os mongóis secavam folhas, que num tubo alongado “a fumavam” porque acreditavam que essas folhas traziam um alívio para a mernte além de ‘incensar” o ambiente. Esses tubos eram confeccionados de madeira, e o “fornilho” era de pedra que algumas regiões das estepes mongólicas a forneciam, faltando apenas fazer um pequeno orificio para o encaixe no tubo.

Essa pratica era freqüente na Rússia Asiática em direção ao Alaska ainda de propriedade russa naquela época. Sabe-se pois que esse “tubo alongado com uma pequena pedra oca” chegou até o Alaska, bem como toda a pratica e conhecimento xamânico. A realidade é que o verbo russo “pakury = fumar”, é de origem mongólica. Descendo do Alaska para Canadá e posteriormente para os Estados Unidos, ouvia-se, depois de muito tempo passado, falar de “um tubo alongado com uma pequena pedra oca” que os xamãs russo-mongóis usavam para “um alívio mental” e incensar o ambiente, quando então originou a “lenda” da mulher do búfalo branco, que para milhares de pessoas de fé, o acontecimento foi real.

Fato é que, quando os dois índios tiveram a visão da linda mulher, aquele que a desejou “virou pó” mas o outro que a viu como sagrada, recebeu dela a mensagem. Daí, como o povo Sioux dispunha ricamente da madeira e não de pedra “lapidada” pelo tempo, como o povo das estepes russo-mongólicas, utilizaram da madeira para confeccionar não só o tubo, mas o fornilho também, todo o “cachimbo”.

Observe que o fornilho do Shanunpa Lakota, tem a parte que entra no tubo mais fina do que a borda livre que recebe o tabaco e cerca de 10 cm, enquanto o fornilho de pedra mongol é baixo, conforme a pedra que se encontrava. Como morei 6 anos na Rússia quando ainda “Cortina de Ferro”, e com o advento da “perestróica” em 1992, ano que também estive lá e me relacionei muito com “esse pessoal”, e também morei alguns anos em Vancouver, Canadá, visitando nativos, índios e lugares e... conheço o Alaska e “lendas e fatos” narrados, além da minha fé, não posso negar o que lhe repasso.

É a minha verdade. Por outro lado convivi e falei com todo “esse tipo de pessoal” na Rússia, Mongólia, Canadá, fronteira da China e lhe garanto que falo vários idiomas, inclusive o Russo muito bem.

Mitakue Oyassin

***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com

Lakotas



Os Lakotas só usavam o "Shanunpa Waka" DE MADEIRA.

NUNCA house alguma vez ou época que usaram ou fizerem cachimbo de pedra, ou com bordados, etc. Quando havia algo feito por inspiração do alto, era um grafismo muito simples, bem índio Sioux (Oglala, Lakota, Dakota, Nakota, etc.).

Muitas pessoas se dissem ser "encarnações" Lakota em corpo de branco atualmente, porque o nome Lakota DÁ dinheiro no mundo; há muito oportunismo em cima de tudo isso, enquanto o povo Lakota em sua NOVA REPUBLICA, passa necessidades e não é mesmo assistido senão pela Russia e Venezuela. Ambos paises são os únicos que tem dado assistência humanitária e apoio politico.

O "Louco" do Hugo Chaves foi e é o maior apoiador e condutor da Independencia da Nação Lakota. Não fosse por ele, o povo Lakota não teria a sua independência e liberdade de se vestir, ensinar o Lakota, fazer os seus rituais sagrados (que são SÓ sete).

Muitos que se dizem ser "encarnações" Lakota sequer falam algo em Lakota por lembrança ancestral; o que acontece é que certas pessoas "leem, decoram e gravam" na memória o que veem aqui ou ali, e egoistamente estão se enriquecendo sob o nome Lakota, e deturpam a VERDADEIRA TRADIÇÃO LAKOTA.

Há sim, "encarnações Lakota" em corpo de branco no Brasil... e muitas, mas é simples reconhecer essa "encarnação.". O LAKOTA TEM HONRA, coisa que muitos que se dizem Lakota hoje, NÃO TEM, senão o propósito de enriquecimento e fama pessoal. Tashunka Witko (Cavalo Doido, cuja verdadeira interpretação Lakota é CAVALO INDOMÁVEL, Cavalo que corre livre, quando fumou o Shanunpa pela última vez, antes de ser assassinado pelo Exército Americano na emboscada/traição no Forte, ele teve a visão de que o Povo Sioux voltaria em corpo de branco para ajudar na Transição Cósmica já iniciada. Este momento (tempo) que estamos passando na Terra, foi chamada de "Tempo do Búfalo Branco"pelo povo Lakota.

Quem trouxe a prática ritualística do Shanunpa entre o povo Sioux foi a Mulher Búfalo Branco, e é o M A I S SAGRADO dos sete rituais Sioux., dai eles compartilharam esse ritual com outras Nações Indígenas. Há "ayahuasqueiros" por ai que se dizem xamãs ou encarnação Lakota, que inventam rituais "Lakota" que nunca existiram, e alguns rituais verdadeiramente Lakotas, são deturpados e praticados erroneamente, e a razão é simples: DINHEIRO e FAMA PESSOAL.

***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com

Mensageiro de Wakantanka



Irmão Tchaninkpa Tchetan,

Infelizmente não temos uma câmera de boa resolução para lhes mandar uma foto do Gavião que veio nos entregar o seu nome, e que hoje voltou aqui para nos honrar com a sua presença.

Para o homem branco, um gavião é um pássaro ameaçador que deve ser caçado e morto, para o nosso povo Sioux, ele é o Mensageiro de Wakantanka.

Para o homem branco, uma árvore é madeira para ser cortada sem nenhum critério, para o nosso povo Sioux, as árvores são nossas irmãs e irmãos.

Para o homem branco, o que você faz é uma arte, para o nosso povo Sioux, o que você faz, é a medicina de cura do gavião.

Em cada objeto sagrado que você faz, você nos empresta o grito do gavião, a voz de Wakantanka, e nos dá um pouco da sua visão.

Para que sejamos capazes de ver com os seus olhos, a lição de cada árvore, de cada irmão de quatro patas, de cada pássaro, que através do tambor ou de um Tchanunpa vem nos ensinar.

Mitakue Oyassin!

***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com

Um mundo redondo



Tudo o que for Sioux, deve ser pensado fazê-lo redondamente, roliçamente, se for o caso.

Assim, um Tchanunpa deve ser confeccionado em tubo roliço, redondo; as "tipi" são também arrendondadas bem como a disposição na área indígena, denominado "Anel da Nação", e assim, os tambores, as disposições dentro da "tipi", os filtros do Sonho, Escudo de Poder, etc., etc.

***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com

A Águia



Aho, Amados irmãos Tchetan e Tanárila

Lemos no Blog Wakan Wood, uma estória não verdadeira sobre a Águia, que inclusive tem circulado muito na internet. Como sentimos a ligação de vocês com o nosso povo vermelho, e sendo a Águia um dos animais mais sagrados para o Povo Sioux, juntamente com o Búfalo, estamos enviando algo de verdadeiro sobre esta Força de Wakantanka, para que vocês, como feitores dos instrumentos de cura do nosso povo, possam passar adiante a verdadeira medicina da Águia.

"A energia da Águia representa a força do Grande Espírito, a conexão direta com o Divino. É a capacidade de viver na esfera espiritual e, ainda assim, ter os pés no chão, continuar ligado, equilibradamente, à vida nesta Terra. Pairando nas alturas, em meio às nuvens, a Águia está perto do firmamento, onde reside o Grande Espírito.

Voando sempre nas alturas, a Águia percebe rapidamente todo e qualquer movimento de evolução na trajetória geral da vida. As penas de Águia são consideradas os mais sagrados instrumentos de cura, tendo sido empregadas há séculos pelos Xamãs para limpar a aura dos doentes que os procuram em busca de remédios para seus males.

A Águia simboliza o estado de graça obtido por intermédio do trabalho árduo, a compreensão da mecânica da existência e a coroação dos testes iniciáticos destinados a liberar os poderes individuais latentes no âmago de cada ser.

Somente depois de ter experimentado os altos e baixos da existência, sem esmorecer na fé de sua conexão pessoal com o Grande Espírito, é que uma pessoa pode obter o direito de aprender e utilizar a medicina de cura da Águia."

Autor: Canção da Meia-Noite, Clã do Lobo, USA

O Chefe Tatanka Lyotake, nosso Amado Pai Sagrado recebeu a Força da Águia e do Búfalo. Para nós, mais uma razão para divulgarmos o que é verdadeiro com relação a ela. A Águia, uma vez ao ano, substitui suas penas durante a primavera ao verão;

Ela não quebra seu bico em uma rocha, ele cresce constantemente. Ela o apara de forma natural quando se alimenta, pois assim há o desgaste que mantém o bico no tamanho necessário;

A Águia não fica muito tempo sem se alimentar, ela morreria provavelmente no oitavo dia sem alimento;

A Águia não é a ave que possui a maior longevidade. Sua expectativa de vida é de aproximadamente 30 anos ( e não 70 anos como mencionado);

Existem diversas espécies de Águias e o texto não especifica qual é. A que aparece em imagens com mais frequencia é a Águia Americana.

Fonte: Biologia da USP

Canção da Águia Águia... Voe alto, e toque o Grande Espírito. Partilhe comigo sua energia, Toque-me, honre-me, para que eu possa conhecer-te também.

Autor: Canção da Meia-Noite, Clã do Lobo, USA

Dã nãho! Lila waste! (Está dito! Muito bom ! )

***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com

As 12 luas



Na história do Tchanunpa, contada pelo nosso Atewakan, Hehaka Sapa (Chefe Alce Negro) cometi um erro de digitação, que estou corrigindo aqui: No tubo do Tchanunpa estavam penduradas 12 ( doze) penas de águia representando as 12 ( doze) luas (e não 13).

Estas 12 Luas são:
  • Lua da Renovação da Terra - de 22 de dezembro a 19 de janeiro.
  • Lua do Repouso e da Purificação - de 20 de janeiro a 18 de fevereiro.
  • Lua dos Grandes Ventos - de 19 de fevereiro a 20 de março.
  • Lua das Árvores em Botão - de 21 de março a 19 de abril.
  • Lua da Volta dos Sapos - de 20 de abril a 20 de maio.
  • Lua do Plantio do Milho - de 21 de maio a 20 de junho.
  • Lua da Luz Forte - de 21 de junho a 22 de julho.
  • Lua dos Frutos Maduros - de 23 de julho a 22 de agosto.
  • Lua da Colheita - de 23 de agosto a 22 de setembro.
  • Lua do Vôo dos Patos - de 23 de setembro a 23 de outubro.
  • Lua do Tempo Frio - de 24 de outubro a 21 de novembro.
  • Lua da Neve - de 22 de novembro a 21 de dezembro.
***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com

História do Tchanunpa contada por Alce Negro - Hehaka Sapa



Aho kola na Mishunka Tchetan (amigo e meu irmão Gavião)

Nosso Amado Pai Sagrado, Chefe, Xamã, Contador de Histórias, Hehaka Sapa - Oglala Sioux (Alce Negro), em 1947 ditou um livro para que ficasse registrado toda a sua sabedoria para as gerações futuras do seu Povo Vermelho e para quem se interessasse pelo Bom Caminho Vermelho.

Esta é a história do Tchanunpa contada por ele. Por favor publique em seu blog, juntamente com a foto dele. Sentimos daqui o amor de vocês pelo Povo Sioux e sabemos que vocês são Guerreiros do Arco Íris de Wakantanka. Voemos juntos! Mitakue Oyassin.

"Há uma história de como o Tchanunpa primeiro veio a nós. Faz muito tempo atrás, dizem, dois caçadores estavam fora procurando por búfalos; e quando chegaram ao topo de uma alta colina e olharam para o norte, viram um vulto surgindo a uma grande distância e quando chegou mais perto gritaram, "É uma mulher!",...e era. Então um dos caçadores, sendo estúpido, teve maus pensamentos e os falou; mas o outro disse: "Esta é uma mulher sagrada; jogue fora todos os maus pensamentos." Quando chegou ainda mais perto, eles viram que ela usava um fino vestido de pele de gamo, que seu cabelo era muito longo e que ela era jovem e muito bela. E ela sabia seus pensamentos e disse em uma voz que era como um canto: "Vós não me conheceis, mas se quereis fazer como pensais, podeis vir"."

E o estúpido foi; mas assim que parou diante dela, fez-se uma nuvem branca que veio e os cobriu. E a bela e jovem mulher saiu da nuvem, que quando se dissipou o homem estúpido era um esqueleto coberto de vermes. Então a mulher falou ao que não era estúpido: "Tu deves ir para casa e dizer a teu povo que eu estou chegando e que uma grande tenda deve ser construída para mim no centro da nação." E o homem que estava bastante amedrontado, foi rápidamente a seu povo que cumpriu o que fôra determinado; e lá ao redor da grande tenda esperaram pela mulher sagrada. E depois de um tempo ela veio, muito bela e cantando, e enquanto entrava na tenda eis o que cantava:

"Com respiração visível estou andando. Uma voz estou mandando enquanto ando. De maneira sagrada estou andando. Com pegadas visíveis estou andando. De maneira sagrada eu ando."

E conforme cantava, vinha de sua boca uma nuvem branca que era boa de cheirar. Então deu algo ao Chefe, e era um Tchanunpa com um vitelo de búfalo entalhado de um lado para significar a terra que nos sustenta e alimenta, e com 13 penas de águia penduradas na haste para representar o céu e as 13 luas, e estavam amarradas com uma erva que nunca se rompe.

"Olhai!" ela disse. "Com isto vós podeis multiplicar-vos e serdes uma boa nação. Nada além do bem poderá vir Dele. Apenas as mãos dos bons devem cuidar Dele e os maus não devem sequer vê-Lo." Então ela cantou novamente e saiu da tenda; e enquanto o povo assistia a sua partida, repentinamente, Ela se transformou num búfalo branco galopando e bufando; e breve partiu. Isto eles dizem, e se aconteceu assim ou não, eu não sei; mas se pensares sobre isto, poderás ver que é verdade. Agora eu acendo o Tchanunpa, e depois que eu O oferecer aos poderes que são Um Poder, e mandar minha voz para eles, poderemos fumar juntos.

Oferecendo a pitada antes de tudo para o Um sobre nós, então, mando minha voz: He... he...!!! He... he...!!! He... he...!!! He... he...!!!

Avô, Grande Espírito, vós exististes sempre, e antes de vós ninguém existiu. Não há nenhum outro para louvar que vós. Vós próprio, tudo o que vedes, foi tudo feito por Vós. As nações das estrelas por todo o universo Vós as terminastes.

Avô, Grande Espírito, inclinai-vos perto da Terra para ouvir a voz que mando. Vós para onde o sol se põe, olhai-me. Seres do Trovão, olhai-me! Vós onde o Gigante Branco vive em poder, olhai-me! Vós onde o sol brilha continuamente, de onde vêm a estrela da alvorada e o dia, olhai-me! Vós nas profundezas dos céus, uma águia de poder, olhai-me. E vós, Mãe-Terra, a Única Mãe, Vós que mostrastes misericórdia por vossas crianças! Ouvi-me, quatro quadrantes do mundo, um parente sou! Dai-me a força para caminhar sobre a terra macia, um parente de tudo o que existe! Dai-me os olhos para ver e a força para entender, que eu possa ser como vós.

Unicamente com vosso poder posso encarar os ventos. Grande Espírito, Grande Espírito, meu Avô, por sobre toda a terra as faces dos seres viventes são todas semelhantes. Com carinho surgindo do solo. Olhai sobre estas faces de crianças sem número e com crianças em seus braços, e que eu possa encarar os ventos e trilhar o Bom Caminho e o Dia da Tranquilidade.

Esta é a minha reza; ouvi-me! A voz que mandei é fraca, mas com seriedade mandei. Ouvi-me! E é assim. Hetchetu Yelo!

Agora, meu amigo, fumemos juntos o Tchanunpa para que haja somente o bem entre nós."

***

É permitida a reprodução desta postagem desde que citada as fontes conforme abaixo:

Fonte: Chefe Hehaka Sapa - Oglala Sioux (Alce Negro 1863-1950)
Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com