O Bom e Sagrado Caminho Vermelho

Em nossa caminhada, levando a cura através da medicina da Arte Xamânica a muitos irmãos e irmãs, recebemos inúmeras bênçãos, sejam por palavras, gestos, sorrisos, alegrias, descobertas e a amizade que vamos fortalecendo com cada um que vem compartilhar conosco esta sagrada medicina.

Assim, através da beleza da entrega e do amor incondicional, o Grande Espírito coloca em nosso caminho as bênçãos de receber e compartilhar informações verdadeiras e embasadas no profundo conhecimento das culturas ancestrais espalhadas pelo mundo e pelo tempo, que compartilhamos com todos aqui neste espaço sagrado, por saber que o "Tempo das Nuvens Negras" chegou ao fim e a luz da informação e do conhecimento nativo verdadeiro deve ser transmitido com urgência a todos os buscadores da luz.

Como diz Hotashugmanitu Tanka: "estamos aqui para semear e compartilhar, fazendo brilhar a Roda do Arco Íris neste início do Tempo do Búfalo Branco, trazendo a consciência da totalidade, a paz e a serenidade para os irmãos de todas as cores".

Que assim seja!

Marcelo Caiuã e Bianca Martins


Shanunpa



Aho mishunka Marcelo

Olakota na iyoyanpa (paz e luz)

Tentarei repassar a você o que sei e conheço sobre o Shanunpa, desde antes de Temujin, o Grande Cã dos Cãs, Gengis Khan. E ratifico que faz parte dos conhecimentos dos verdadeiros Xamãs Russo-Mongóis e Americanos dos quais alguns eu conheci in loco. Por isso, faz parte de meus conhecimentos das Verdades.

Com a conquista da Mongólia por Gengis Khan, a sociedade teve uma enorme modificação, perdendo, inclusive muitas de suas características próprias. A Mongólia transformou-se, pois, num Grande Império, mas nem com isso acabou assumindo costumes alheios e não perdeu a calorosa tradição xamânica. Gengis Khan, nascido na Mongólia em 1162 como Temujin, era cercado de lendas xamânicas, inclusive uma que dizia sobre a vinda de um “Lobo Cinzento” que devoraria a Terra no futuro mais distante, e ele tinha grande respeito pelo Xamanismo (Essa “lenda” tem a ver com o que a Terra está “passando” no nosso tempo).

Em 1206, uma assembléia geral foi formada com todos os chefes tribais das estepes, e o proclamou Gengis Khan, o Cã dos Cãs. Na verdade o Xamanismo teve origem na quietude das estepes mongólicas muito antes, mas muito antes de Gengis Khan formar o seu Império, antes do ano mil, e os rituais eram consagradamente comuns em diversas regiões, mas eram bem mais fortes no Mughulistão, onde também as vestimentas eram de cores mais vivas e abundantes.

Essa expansão xamânica penetrou por toda a Mongólia, mas o brilhantismo xamânico se reservou nas estepes, com toda a sua pompa. O povo mongol era um pouco ainda bárbaro e seu conceito de xamanismo era que se devesse cuidar muito bem do vegetal, pois ele alimentava seu rebanho, seus animais, que por sua vez alimentavam os mongóis. Como vê, os mogóis eram carníveros, e se alimentavam ainda do yogurte e de vários tipos de queijo. É claro que o yogurte daquela época não era como os de hoje, mas sim uma espécie de massa láctea coagulada como a coalhada brasileira.

A palavra “yogurt” é Mongol, um popular prato Mongol (o idioma Mongol usa o alfabeto russo). O Xamanismo Mongol não era idêntico ao xamanismo do indígena americano, pois os mongóis além de nômades, eram bárbaros, viviam nas estepes, muito frio e neve e havia sempre muita influencia do clima. Mas sabe-se que a influência xamânica mongólica levou seus lastros para o Canadá e Estados Unidos, via Estreito de Bering-Alaska, que era, até então, parte integrante da Rússia.

Mas é bem importante dizer, que os Sioux, povo de grandes conhecimentos e sapiência vieram da Lemúria com a missão de trazer conhecimentos e “ajudar” o povo terreno, e, ao “chegarem”, já se incumbiram da prática xamânica, não com o brilho das fortes e gritantes vestimentas multicoloridas russo-mongólicas, mas com o forte conceito naturalista, decência e honra à Mãe-Terra.

O que caracteriza o Xamanismo é um Xamã, “espécie” de sarcedote, quando na verdade, é muito, mas muito mais que isso. Xamã, palavra mongol, é a soma de sacerdote + profeta + médico + homem + intuitivo + clarividência + clariaudiência + professor + humildade + simplicidade + sensitividade + honra, e o famoso Gengis Khan (Temujin) teve seu poder de eleito para conquistar o mundo, por um Xamã.

Logo, o Xamã era e é até hoje, um homem respeitado por todos na Mongólia, Rússia, etc. A religião nunca foi um dos elementos motores de Gengis Khan e foi justamente por isso que seu império não logrou legados tão duradouros, quanto os do Império de Maomé, por exemplo ou de seu neto Kublai Khan.

É indiscutível o receio que Gengis Khan tinha de perda de seu poder para os Xamãs, que tudo sabiam e “viam”, razão porque o Grande Khan se fazia passar por negligenciador da prática xamânica como defesa de seu império. Daí, o xamanismo mongol começou a tomar caminhos por outras regiões da Mongólia e Russa no sentido de salvar as tradições caso o Grande Khan o limitasse na Mongólia, e, ao mesmo tempo outras filosofias tentavam penetrar na Mongólia.

Veja que Gengis Khan sabia e conhecia profundamente que o Xamanismo era forte e poderoso e que “vencê-lo” seria impossível, assim, “negligenciá-lo” seria mais prudente. Em seus cultos e rituais xamânicos, os mongóis secavam folhas, que num tubo alongado “a fumavam” porque acreditavam que essas folhas traziam um alívio para a mernte além de ‘incensar” o ambiente. Esses tubos eram confeccionados de madeira, e o “fornilho” era de pedra que algumas regiões das estepes mongólicas a forneciam, faltando apenas fazer um pequeno orificio para o encaixe no tubo.

Essa pratica era freqüente na Rússia Asiática em direção ao Alaska ainda de propriedade russa naquela época. Sabe-se pois que esse “tubo alongado com uma pequena pedra oca” chegou até o Alaska, bem como toda a pratica e conhecimento xamânico. A realidade é que o verbo russo “pakury = fumar”, é de origem mongólica. Descendo do Alaska para Canadá e posteriormente para os Estados Unidos, ouvia-se, depois de muito tempo passado, falar de “um tubo alongado com uma pequena pedra oca” que os xamãs russo-mongóis usavam para “um alívio mental” e incensar o ambiente, quando então originou a “lenda” da mulher do búfalo branco, que para milhares de pessoas de fé, o acontecimento foi real.

Fato é que, quando os dois índios tiveram a visão da linda mulher, aquele que a desejou “virou pó” mas o outro que a viu como sagrada, recebeu dela a mensagem. Daí, como o povo Sioux dispunha ricamente da madeira e não de pedra “lapidada” pelo tempo, como o povo das estepes russo-mongólicas, utilizaram da madeira para confeccionar não só o tubo, mas o fornilho também, todo o “cachimbo”.

Observe que o fornilho do Shanunpa Lakota, tem a parte que entra no tubo mais fina do que a borda livre que recebe o tabaco e cerca de 10 cm, enquanto o fornilho de pedra mongol é baixo, conforme a pedra que se encontrava. Como morei 6 anos na Rússia quando ainda “Cortina de Ferro”, e com o advento da “perestróica” em 1992, ano que também estive lá e me relacionei muito com “esse pessoal”, e também morei alguns anos em Vancouver, Canadá, visitando nativos, índios e lugares e... conheço o Alaska e “lendas e fatos” narrados, além da minha fé, não posso negar o que lhe repasso.

É a minha verdade. Por outro lado convivi e falei com todo “esse tipo de pessoal” na Rússia, Mongólia, Canadá, fronteira da China e lhe garanto que falo vários idiomas, inclusive o Russo muito bem.

Mitakue Oyassin

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Escrito por: Hotashungmanitu Tanka na Yutan Kimimila - Witchashawakan
Publicado originalmente por: TLTL - Tipiwaka Lakota Tatanka Lyotake
Blog: wakanwood.blogspot.com