Em nossa caminhada, levando a cura através da medicina da Arte Xamânica a muitos irmãos e irmãs, recebemos inúmeras bênçãos, sejam por palavras, gestos, sorrisos, alegrias, descobertas e a amizade que vamos fortalecendo com cada um que vem compartilhar conosco esta sagrada medicina.
Assim, através da beleza da entrega e do amor incondicional, o Grande Espírito coloca em nosso caminho as bênçãos de receber e compartilhar informações verdadeiras e embasadas no profundo conhecimento das culturas ancestrais espalhadas pelo mundo e pelo tempo, que compartilhamos com todos aqui neste espaço sagrado, por saber que o "Tempo das Nuvens Negras" chegou ao fim e a luz da informação e do conhecimento nativo verdadeiro deve ser transmitido com urgência a todos os buscadores da luz.
Como diz Hotashugmanitu Tanka: "estamos aqui para semear e compartilhar, fazendo brilhar a Roda do Arco Íris neste início do Tempo do Búfalo Branco, trazendo a consciência da totalidade, a paz e a serenidade para os irmãos de todas as cores".
Quando os tempos estavam apenas começando e a Tribo dos Homens ainda era muito pequena, o Antílope percebeu que os Duas Pernas estavam nus, famintos e correndo risco de extinção. Nossos ancestrais iriam certamente desaparecer da Mãe Terra se algo não fosse feito de imediato para impedir isto. O Antílope reuniu então todos os Duas Pernas em Conselho e disse-lhes:
- O Grande Mistério enviou-me para ensinar-vos uma lição, a A Lição do Fazer.
Vós deveis aprender que não há razão para ter medo se souberdes o que deve ser feito e começardes imediatamente a fazê-lo.
- E que devemos fazer? – indagaram eles.
- Se vós estais nus e com frio, deveis matar-me e tirar minha pele para vos aquecer. Este é o meu presente para vós. Aceitai-o – disse o Antílope.
- Nós faremos isto – responderam os Duas Pernas.
- Mas que faremos para combater nossa fome? Estamos famintos, o que podemos fazer para nos salvar?
- Se vós estais famintos, deveis matar-me e utilizar minha carne para saciar vossa fome; ela vos alimentará e vos tornará fortes. Este é o meu presente para vós. É parte de meu serviço, parte de meu processo evolutivo. Aceitai-o – esclareceu o Antílope.
O Antílope sabia que a raça humana sobreviveria à Era Glacial caso aprendesse a comer carne. Antes do deslocamento das grandes montanhas de gelo, abundavam as frutas e os vegetais, de forma que os Duas Pernas não tinham necessidade de comer os corpos das outras criaturas. Os membros dos clãs do Segundo Mundo comeram o Antílope, adquirindo o instinto e a sabedoria dos animais de quatro patas e aprendendo a sobreviver, a não tomar mais do que o necessário e a não cometer disperdícios.
Os humanos assimilaram muito bem A Lição do Antílope e foi graças a ela que puderam sobreviver até hoje. O Antílope ensinou os humanos a louvar os presentes que lhes foram enviados pelo Grande Mistério e a evitar a destruição indiscriminada e sem motivo de toda e qualquer forma de vida.
O Antílope representa a ação intencional. O Antílope é um símbolo da antena constituída por seus pelos, que o interligam com o Grande Mistério por intermédio de longos fios de luz. Observando o Antílope, você toma consciência de sua própria mortalidade e da brevidade do tempo que lhe foi concedido neste planeta. Tendo isto em mente, você precisa agir de modo conseqüente, realizando apenas boas ações capazes de agradar ao Grande Mistério. A energia do Antílope é o conhecimento da fugacidade e da circularidade da vida.
Os poderes do Antílope foram procurados e empregados pelos xamãs desde a aurora dos tempos. Foram muitos os Clãs do Antílope, e o poder das pessoas do totem do Antílope sempre foi muito grande. O Antílope infunde força na mente e nos corações dos membros de seu totem, concedendo-lhes a capacidade de realizar ações rápidas e decididas para fazer com que as coisas sejam concretizadas no plano físico.
Se você está se sentindo pressionado e encurralado, invoque a energia do Antílope e ela o orientará a respeito da melhor ação a ser tomada para liberá-lo de seus opressores. Muitas soluções engenhosas lhe serão sussurradas pelo Antílope, mas lembre-se de que mais importante do que saber o que fazer é fazê-lo. Deixe-se envolver pela iluminação e pelos conhecimentos secretos do Antílope, combine-os com a ação da dequada e você será capaz de superar qualquer obstáculo ou impedimento em seu caminho.
Ouça sempre o que o Antílope tem a lhe dizer, pois ele sempre traz uma mensagem concernente aos altos propósitos da existência, concedendo-lhe as forças e os instrumentos de poder indispensáveis à ação em seu próprio benefício, em benefício da família, do clã, da tribo, da nação e, finalmente, da Mãe Terra.
Feche os olhos, concentre-se em sua respiração. Relaxe o corpo. Quando estiver pronto, imagine suas raízes, estendendo-se para baixo e penetrando na terra.
Ao expirar imagine-se eliminando todas as tenções e toxinas do seu corpo através de suas raízes e fazendo-as voltar à terra onde serão recicladas.
Quando as suas raízes tiverem alcançado o máximo da penetração, quando seu corpo se sentir mais leve e mais aberto, inverta o processo e comece a sugar a energia da terra. Ela alimenta e cura.
Continue a expirar as tenções e toxinas e a inspirar esta energia curativa da terra.
Sinta essa energia acumular-se na base de sua espinha e penetrar no seu Chacra Raiz, visualize a energia desse chacra como uma luz vermelha, brilhando em seu corpo.
O Chacra Raiz é a sede da sua segurança e estabilidade, quando ele está aberto e desempedido, você fica à vontade neste mundo e com o seu corpo, e tem a sensação de pertencer a algo e está em sintonia com o seu senso mais profundo de segurança.
Quando estiver pronto, deixe a energia da terra continuar a subir pela sua espinha, até chegar ao seu segundo chacra, o Chacra Sexual. Ele está localizado cerca de 5cm abaixo do umbigo, e é a sede da sua energia criativa em todos os níveis: físico, artístico e sexual. Sinta-o irradiando uma luz intensa e alaranjada. Quando esse chacra está aberto, você tem a capacidade de sentir prazer no seu corpo. Você se abre para sua criatividade e sexualidade, tornando-se um ser radiante e ativo.
No devido tempo puxe a energia da terra para o Chacra do Plexo Solar, esse é o ponto de ligação com o seu desejo e o seu poder pessoal. Imagine uma claridez amarela e vibrante no seu plexo solar. Tenha consciência de que você é forte, sadio e pode concretizar tudo o que veio fazer nesta vida, de uma maneira sagrada e espiritual.
Como se fosse um chafariz a energia da terra continua a subir pelo seu corpo.
Sinta-a agora, fluir para o seu centro cardíaco. Imagine uma linda luz verde brilhando no meio do seu peito, tão verde e viva como a primavera. O Chacra do Coração é a sede do amor e das emoções no corpo. Ligue-se agora, com a sua natureza amorosa, com a força e a ternura de seus sentimentos. Tenha consciência de que você é um ser de amor, que veio a este mundo para sentir amor. Para dá-lo e recebê-lo.
Deixe a energia continuar a subir, até um ponto no seu peito localizado entre o Chacra do Coração e a garganta, cerca de 2,5cm abaixo da clavícula. Este é o Chacra do timo. O Chacra da Compaixão, da comunidade e da paz. Imagine uma luz cor de água-marinha, sinta sua ligação com a sua família, com os seus amigos e com toda a humanidade. É aí, que se forma o seu sistema imunológico, a sua saúde, tenha consciência de que você não está sozinho e de que faz parte de um elemento singular do todo que existe.
Agora, deixe a energia da terra subir pela sua garganta e orelhas. Imagine uma luz azul como as estrelas, brilhando dentro de você. Você talvez queira emitir um som neste momento, qualquer som ou ruído que lhe parecça agradável e satisfatório, isso vai massagear os músculos da garganta e abrir o seu centro de comunicação. O Chacra da Garganta, controla a fala e audição, a veracidade e a espontaneidade. Visualize um triângulo, ligando os seus ouvidos com a sua garganta. Agora você está aberto para a comunicação e melhorando sua capacidade de ouivr e de falar.
Em seguida puxe essa energia para o meio de sua testa, este é o seu terceiro olho, a sede da consciência expandida e das percepções psíquicas. Sinta uma ponta de luz anil, brilhando dentro da sua testa. Ao ligar-se a esse chacra, você pode despertar suas persepções extra sensoriais para ver, ouvir e sentir outros mundos.
Agora, deixe a energia da terra subir até o topo da sua cabeça, este é o seu Chacra da Coroa, que faz a ligação entre você e a sua consciência divina, o seu Eu Superior. Concentre-se nesse ponto e continue respirando da maneira suave e uniforme. Imagine uma luz branca, pulsando dentro do seu Chacra da Coroa e irradiando-se a partir daí. Deixe a energia mudar de intensidade.
Visualize a energia subindo a partir do centro da terra, passando por cada um dos seus chacras, na sua ascensão, jorrando pelo topo da sua cabeça, como se fosse um gaiser de luz líquida. Quando ele entrar em erupção, imagine-o caindo em forma de cascata em torno de você, limpando e purificando, o seu corpo e equilibrando e harmonizando todos os seus chacras.
Continue a respirar de forma suave e uniforme, sinta os seus chacras enchendo-se de luz.
Quando estiver pronto, sinta uma vez mais a existência de ramos de energia, brotando do topo da sua cabeça e ligando-o à lua, ao sol, aos planetas do nosso sistema solar, às estrelas e ao céu. Sinta essa energia fluindo através desses filamentos e enchendo o seu Chacra da Coroa, para que ele brilhe com a luz das estrelas.
Da mesma forma como você deixou essa energia subir, deixe-a também descer através do seu corpo. Passando por cada chacra. Deixe-a encher de luz o seu terceiro olho, os seus ouvidos, e do Chacra da Garganta, do Timo, do Coração, do Plexo Solar, o Chacra Sexual e o da Raiz. Sinta-a fluindo através de suas raízes e penetrando na terra para que o planeta também comece a brilhar mais intensamente.
Agora, as energias do céu e da terra, estão fluindo através de cada chacra, ligando o seu corpo ao universo. Sinta todos os seus chacras de uma só vez. Sinta-se como um arco-íris de luz viva, ligando-o ao universo, ao Criador e a terra.
Observe sua respiração, volte a ter consciência do seu corpo e do lugar onde você se encontra. Quando estiver pronto, abra os olhos e olhe ao redor, em seu mundo. Você acabou de praticar a ligação básica de ligação com a terra. Lembre-se de como você se sentiu depois de fazer essa conexão.
Há alguma diferença? Ao olhar a sua volta o ambiente lhe parece ter mudado?
Respire, explore a maneira como esta conexão afeta a sua percepção e os seus sentimentos. Você irá verificar que a sua capacidade de se ligar à terra aumenta a cada vez , e que seus chacras também irão se tornar cada vez mais nítidos.
Não fique desanimado, se perder a concentração na primeira tentativa. Se você prestar atenção ao chacras pelos quais se deixa levar, será possível ter uma idéia dos aspectos da sua vida e das áreas do seu corpo sutil que você está pronto para explorar e curar.
Respire mais profundamente em relação àqueles que você sente estar menos ligado. Até que sua percepção de todos eles seja igual e que todas as suas luzes brilhem com a mesma intensidade.
"Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das Grandes Tribos que viveram nestas terras ou que têm vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda de nossas terras, é para garantir as reservas que nos promete. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos.
Protege-a, como nós as protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserve-a para os seus filhos, e ama-a como o Grande Espírito ama a todos. Uma coisa sabemos: Mitakuie Oyassin - Estamos todos relacionados. O que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra.
O Grande Chefe de Washington nos ofereceu $150.000 por nossos 2 milhões de acres de terra e também assegurou-nos da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra à força. O Grande Chefe de Washington pode acreditar no que o Chefe Seattle diz com a mesma certeza com que os nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem."
Durante uma importante Conferência de Paz em Montreal, em agosto de 1701, o Chefe Kondiaronk da Tribo Huron, que teve participação destacada na Guerra do Frontenac (1689-1697), com sua grande reputação de bravura e sagacidade, respondeu desta forma diante do Barão de Lahontan, um explorador francês, e do governador da colônia francesa de Platina, na Terra Nova, Canadá, a respeito das Leis do homem branco:
"Estive com vocês na França, em Nova Iorque e em Quebec, e pude observar os costumes e as doutrinas dos ingleses e franceses. Não, vocês já são bastante miseráveis, não vejo como possam se tornar ainda mais. Que espécie de homens são os europeus? Que espécie de valores cultivam? Os europeus, forçados a fazer o bem e não podendo evitar o mal a não ser pelo medo da punição... Se lhes perguntasse o que é um homem, vocês me responderiam: "É um francês." No entanto posso provar que seu Homem é muito mais um Castor. Porque o Homem não merece este nome por saber andar sobre duas pernas, ou por saber ler e escrever, ou por exibiri mil outros sinais de sua inteligência.
Quem lhes deu as terras que agora habitam? Com que direito as possuem? Elas sempre foram dos Algonkin. Na verdade, meu irmão (dirigindo-se ao governador da colônia francesa), sinto pena de você do fundo da minha alma. Ouça o meu conselho e torne-se um Huron. Pois vejo uma enorme diferença entre sua condição e a minha. Eu sou senhor do meu próprio corpo, disponho absolutamente de mim mesmo, faço o que eu quero, sou o conjunto da minha Nação, não temo nenhum homem e só dependo do Grande Espírito. Enquanto que o seu corpo, como a sua alma, estão condenados à dependência dos seus superiores, às ordens do vice-rei. Você não tem a liberdade de fazer o que pensa, tem medo de ladrões, assassinos, falsas testemunhas... E depende de uma infinidade de pessoas que estão acima de você.
"Vocês franceses, nos censuram injustamente, alegando que nossa terra é um pequeno inferno na Terra em constrate com a França, um paraíso terrestre, já que possui, como dizem, todo tipo de provisão em abundância. Também afirmam que somos os mais miseráveis e infelizes dos homens, vivendo sem religião, sem educação, sem honra, sem ordem social, numa palavra, sem regras, como os animais dos bosques e das florestas, privados de pão, vinho e uma infinidade de outros confortos que são comuns na Europa. Bem, irmãos, se ainda não sabem o que os índios realmente pensam do vosso país e das vossas nações, eu vou dizer agora.
Peço que acreditem, por mais que pareçamos miseráveis aos olhos de vocês, que nos julgamos muito mais felizes, porque nos contentamos com o que temos. Vocês se decepcionarão enormemente se pensam em nos convencer de que vosso país é melhor do que a nossa terra. Se a França fosse um paraíso terrestre como estão dizendo, seria sensato deixá-la? Por que abandonariam mulheres, filhos, parentes e amigos? Por que arriscariam a vida e as propriedades? E por que se entregariam a todos esses perigos, às tempestades e tormentas no mar, a fim de chegar a uma terra estranha e bárbara que consideram a mais pobre e menos afortunada do mundo? Quanto a nós, que estamos convencidos do contrário, dificilmente iríamos à França, pois temos boas razões para acreditar que lá encontraríamos pouca satisfação, visto que os próprios franceses a abandonam para vir enriquecer em nossas praias.
Além disso, acreditamos que vocês são incomparávelmente mais pobres do que nós, e não passam de simples empregados, ainda que aparentem ser grandes senhores e capitães, pois vemos que se glorificam em nossos velhos trapos, vestindo as miseráveis peles de castor, que nem mais usamos. Da mesma forma que vêm pescar conosco o bacalhau para encontrar o sustento e o conforto à miséria e à pobreza que os oprime. Nós, em contrapartida, encontramos todas as riquezas e comodidades entre nós mesmos, sem confusão, sem expor nossas vidas aos perigos que enfrentam constantemente em suas longas viagens. E se, de um lado, nos compadecemos de vocês na doçura de nosso repouso, de outro ficamos espantados com as atribulações que passam, dia e noite, a fim de carregar seus navios. Percebemos que vocês vivem, de um modo geral, apenas do bacalhau que pescam. Eternamente bacalhau, de manhã, ao meio-dia, à noite, sempre bacalhau. A tal ponto que, se querem comer algo melhor, é às nossas custas. Pois vocês são obrigados a recorrer aos índios, que tanto desprezam, e acompanhá-los nas caçadas, das quais tiram proveito.
Agora digam-me apenas isto, se ainda possuem bom senso: qual dos dois é o mais feliz? O que trabalha sem cessar e só consegue com muito esforço, o bastante para sobreviver, ou aquele que descansa tranquilamente e tem tudo o que precisa no prazer da caça e da pesca?
É verdade, que jamais fabricamos o pão e o vinho que a vossa França produz. Antes, porém, da chegada dos franceses a esta terra, não vivíamos os Gasparian, muito mais do que agora? Se já não temos nenhum daqueles de 130, 140 anos, é porque vamos aos poucos incorparando vossa maneira de viver. A experiência mostra que os mais longevos dentre nós, são aqueles que dispensam o pão, o vinho e a água ardente de vocês, contentando-se com a alimentação natural de castor, antílope, ave aquática e peixe, conforme os costumes dos nossos Ancestrais e de toda a Nação Gasparian. Saibam, portanto, de uma vez por todas, quero abrir meu coração a vocês irmãos:
Não há um índio sequer que não se considere infinitamente mais feliz e mais saudável que os franceses."
"Como podeis comprar ou vender o céu, o mormaço da terra? A idéia não tem sentido para nós. Se não possuímos o frescor do ar ou o brilho da água, como podeis querer comprá-los? Qualquer parte desta terra é sagrada para meu povo. Qualquer folha de pinheiro, a areia da praia, a neblina dos bosques sombrios, o brilhante e zumbidor inseto, o canto dos pássaros, tudo é sagrado na memória e na experiência de meu povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do homem vermelho.
Os mortos do homem branco esquecem a terra de seu nascimento, quando vão pervagar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta terra maravilhosa, pois ela é a Mãe do homem vermelho. Somos parte dela e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs, os antílopes, os cavalos, a majestosa águia, todos nossos irmãos. Os picos rochosos, a fragrância dos bosques, a energia vital do pônei e do homem, tudo pertence a uma só família.
Assim quando o Grande Chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossas terras, ele está pedindo muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que nos colocará em uma "reserva" onde possamos viver por nós mesmos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Se é assim, vamos considerar a sua proposta sobre a compra de nossa terra. Mas tal compra não será fácil, já que esta terra é sagrada para nós.
A límpida água que percorre os regatos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos Ancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis de lembrar a vossos filhos que ela é sagrada, e que os reflexos do sol sobre a superfície dos lagos evoca eventos e fases da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz dos nossos Ancestrais.
Os rios são nossos irmãos, eles nos saciam a sede. Levam as nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra a vós, deveis vos lembrar de ensinar a vossas crianças que os rios são nossos irmãos, vossos irmãos também, e deveis a partir de então, dispensar aos rios a mesma espécie de afeição que dispensais a um irmão.
Nós sabemos que o homem branco não compreende nosso modo de ser, o qual chamam de selvagem. Para ele um pedaço de terra não se distingue de outro qualquer, pois é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo de que necessita. A terra não é sua Mãe, mas sua inimiga, depois que a submete a si, que a conquista, que a esgota, ele vai embora, à procura de outro lugar. Deixa atrás de si a sepultura de seus pais e não se importa. A cova de seus pais é a herança de seus filhos, ele os esquece.
Trata sua Mãe, a terra, e seus irmãos animais, o céu, como coisas a serem compradas ou roubadas, como se fossem as peles de carneiro contaminadas com varíola ou as contas sem valor, que trazem para nós. Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrás de si só desertos. Isso, eu não compreendo. Nosso modo de ser, chamado por vós de selvagem, é completamente diferente do vosso. A visão de vossas cidades faz doer os olhos do homem vermelho.
Talvez seja porque, como vocês dizem, o homem vermelho é um selvagem e como tal, nada pode compreender.
Nas cidades do homem branco não há um só lugar onde haja silêncio e paz. Um só lugar onde ouvir o farfalhar das folhas na primavera, o zunir das asas de um inseto.
Talvez seja porque, como dizem, sou um selvagem e não posso compreender.
O barulho serve apenas para insultar os ouvidos. E que vida é essa onde o homem não pode ouvir o pio solitário da coruja, o uivo dos lobos ou o coaxar das rãs à margem dos charcos de noite? O índio prefere o suave sussurrar do vento tocando a superfície das águas do lago, ou a fragância da brisa, purificada pela chuva do meio-dia ou aromatizada pelo perfume dos pinhos.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois dele todos se alimentam. Os animais, as árvores, o homem, todos respiram o mesmo ar. O homem branco parece não se importar com o ar que respira. Como um cadáver em decomposição ele é insensível ao mau cheiro. Mas se vos vendermos nossa terra, deveis vos lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar insufla seu espírito em todas as coisas que dele vivem. O ar que vossos avós inspiraram ao primeiro choro, foi o mesmo que lhes recebeu o último suspiro.
Se vendermos nossa terra a vós, deveis conservá-la à parte, como sagrada, como um lugar onde mesmo um homem branco possa ir sorver a brisa aromatizada pelas flores dos bosques.
Assim consideramos vossa proposta de comprar nossa terra. Se nos decidirmos a aceitá-la, farei uma condição: O homem branco terá que tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.
Como dizem, sou um selvagem e não compreendo de outro modo. Tenho visto milhares de Búfalos apodrecerem nas pradarias, deixados lá pelo homem branco, que neles atira de um trem em movimento. Sou como dizem, um selvagem e não compreendo como a fumegante serpente de ferro possa ser mais importante que o Búfalo, que nós caçamos apenas para nos mantermos vivos.
Que será dos homens sem os animais? Se todos os animais desaparecessem, o homem morreria de solidão espiritual. Tudo isso irá afetar o homem, estamos todos relacionados.
Deveis ensinar a vossos filhos que o chão onde pisam simboliza as cinzas de nossos Ancestrais. Para que eles respeitem a terra, ensinai a eles que ela é enriquecida pela vida dos seres de todas as espécies. Ensinais aos vossos filhos o que ensinamos aos nossos: Que a terra é a nossa Mãe. Quando o homem cospe sobre a terra, está cuspindo sobre si mesmo. De uma coisa nós temos certeza: A terra não pertence ao homem branco. O homem branco é que pertence à terra. Disso nós temos certeza. Todas as coisas estão relacionadas como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado. O que fere a terra fere também os filhos da terra.
O homem não tece a teia da vida. É antes um de seus fios. O que quer que faça à essa teia, faz a si mesmo. Mesmo o homem branco, a quem Deus acompanha e com quem conversa como um amigo, não pode fugir a esse destino comum. É... apesar de tudo, somos todos irmãos.
De uma coisa sabemos e talvez o homem branco venha a descobrir um dia: Nosso Deus é o mesmo Deus. Podeis pensar hoje que somente vós o possuis, como desejais possuir a terra, mas não podeis. Ele é o Deus do homen e sua compaixão é igual tanto para o homem branco, quanto para o homem vermelho.
Esta terra é querida dele, e ofender a terra é insultar o Criador. Os brancos também passarão, talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminai vossa cama, e chegará uma noite, na qual vos sufocareis no meio de vossos próprios excrementos.
Mas em nossas visões, brilhareis alto, iluminado pela força do Deus que voz trouxe a esta terra e por que algum favor especial vos outorgou domínio sobre ela e sobre o homem vermelho. Este destino é um mistério para nós, pois não compreendemos como será no dia em que o último Búfalo for dizimado, os cavalos selvagens domesticados, os secretos recantos das florestas invadidos pelo fedor do suor dos homens brancos e a visão das grandes colinas bloqueadas por fios falantes.
Onde estão as florestas? Desapareceram. Onde está a Águia? Desapareceu. Será o fim do viver e o início do sobreviver. "
Mitakue Oyassin Chefe Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington
Os Sioux acreditam que, no início dos tempos, seu povo vivia no centro da Terra com os Búfalos. Quando vieram para a superfície, Wakan Tanka, O Grande Espírito, ordenou aos animais que servissem de alimento para a tribo. Mas ordenou aos Sioux: não deveriam caçar de forma desenfreada, pois no dia em que os Búfalos desaparecessem da face da Terra, os Sioux desapareceriam com eles. Aliás, os Sioux eram chamados de Siuks pelos povos nativos da América do Norte, que significa Homens Búfalos, e virou Sioux na versão dos colonizadores franceses, que foram os primeiros homens brancos a entrar em contato com este povo.
E segundo a tradição dos índios Lakota, foi um filhote de Búfalo Branco que trouxe o Cachimbo Sagrado para o seu povo e o ensinou a rezar. Quando o Búfalo Branco aparece, é sinal de que as preces foram respondidas, de que o Cachimbo Sagrado foi louvado e todas as promessas e profecias foram cumpridas. É por isso que o Búfalo Branco prenuncia um tempo de plenitude e abundância para todos.
O Búfalo era a maior fonte de subsistência para os Sioux, nas planícies norte-americanas. Ele fornecia carne para alimentação, pele para as tipis e roupas e agasalhos para longos invernos, ossos para a confecção de diversos instrumentos, além dos cascos, a partir dos quais se produzia uma substância adesiva usada como cola. A cura do Búfalo é realizada por prece, louvor e gratidão pelos inúmeros dons que nos foram concedidos. A energia do Búfalo também nos ensina que a abundância sempre estará presente desde que todas as relações sejam honradas como sagradas e desde que saibamos expressar nossa verdadeira gratidão pela existência de cada ser vivo da criação.
O Búfalo estava sempre predisposto a compartilhar todas as dádivas contidas em seu corpo aqui na Terra, antes de partir para os Campos Sagrados do Espírito. Não foi por acaso que o maior Chefe Sioux de todos os tempos, Tatanka Lyotake, tenha recebido o seu poder do Búfalo e fosse ele mesmo um verdadeiro Búfalo, um homem grande de constituição forte, um Pai de coração totalmente generoso, que doou toda a sua força, toda a sua coragem, toda a sua sabedoria e toda a sua vida aqui na Terra pelo seu povo.
E também não é por acaso que o Búfalo representa o Escudo do Norte, a Direção onde fica o Lugar Sagrado dos Anciãos. Lá, onde hoje o Espírito do Grande Búfalo - Tatanka Lyotake - continua a guiar os seus filhos, muitos deles encarnados em pele de branco, como nós, e espalhados por lugares muito além das antigas planícies - Os Guerreiros do Arco-Íris - responsáveis por manter vivo o Espírito Vermelho e guiar a Mãe Terra em sua transição para a Liberdade.
"Quando o Tempo do Búfalo estiver para chegar, a terceira geração das crianças de Olhos Brancos deixará crescer os cabelos, e começará a falar do Amor que trará a Cura para todos os filhos da Terra. Estas crianças buscarão novas maneiras de compreender a si próprias e aos outros. Usarão penas, colares de contas, e pintarão os rostos. Buscarão os Anciãos da nossa Raça Vermelha para beber da Fonte de sua Sabedoria. Estas crianças de olhos brancos servirão como um sinal de que os nossos Ancestrais estão retornando em corpos brancos por fora, mas Vermelhos por dentro. Elas aprenderão a caminhar novamente em equilíbrio na superfície da Mãe Terra, e saberão levar novas idéias aos Chefes Brancos. Estas crianças também terão de passar por provas, como acontecia quando eram Ancestrais Vermelhos. Serão usadas substâncias pouco comuns, como, por exemplo, a Água de Fogo, para observar se elas continuarão a caminhar firmemente dentro do Caminho Sagrado.
Este movimento provocará um novo tipo de emoções e de sentimentos entre os filhos da Terra, o que apressará as mudanças. Muitos sonhos coloridos serão trazidos para oTempo de Dormir e para o Tempo de Sonho destes Guerreiros do Arco-Íris, e eles aprenderão de novo a Caminhar em equilíbrio. As mudanças que ocorrerão em nossa Mãe Terra trarão medo às suas crianças, porém mais tarde conduzirão à Consciência da Unidade, no seio de Um Só Mundo, Um Só Povo."
O Búfalo também foi tudo para os brancos, na sua conquista do "Oeste Selvagem", em troca, eles se empenharam em matar até o último deles.
Mais de um milhão de americanos lutou passo a passo, e no meio das maiores dificuldades, através das pradarias centrais do continente norte-americano, antes das estradas de ferro terem começado a atravessar o vasto território. Durante meio século, o maior anfitrião da América serviu este milhão de pessoas, e as serviu regiamente, fornecendo-lhes saborosa e suculenta carne fresca, cobrindo-os com o rico agasalho das suas peles, proporcionando-lhes combustível onde muitas vezes não se podia encontrar nem um graveto para acender uma fogueira. Mostrou-lhes o caminho para as nascentes de água ou os vaus por onde as carroças de toldo podiam atravessar as correntes. Não é, pois, de estranhar que este herói dos tempos da fronteira ande imortalizado nas moedas de cinco centavos dos Estados Unidos: o nickel.
Chamavam-lhe Old Man Buffalo. O Búfalo Americano era, e é, o maior animal do Novo Continente. Ao atingir o máximo crescimento, a sua altura média é de 1,80m na espádua, e mede de 3 a 3,75m de comprimento, da cabeça à cauda. Pesa a bagatela de 900 quilos, e alguns exemplares têm chegado a pesar 1.200Kg. Os cornos não são muito grandes, mas a largura da coroa hirsuta que os separa, é soberba. Com esses cornos o macho escavava a terra dura da planície para nela se aninhar; podia destroçar toda uma alcatéia de lobos, estripar um cavalo, e até arrebatar cavalo e cavaleiro com seus chifres enfiados neles durante uns cem metros, antes de atirá-los ao chão.
A fêmea, ao defender a sua cria, é mais perigosa do que um urso pardo, e pode tornar-se um dos mais animais mais agressivos do mundo. E ninguém poderia sobreviver sessenta segundos, se fosse colhido no meio de uma manada de Búfalos em estouro. Um historiador francês conta que assistiu a uma manada de Búfalos passar à sua frente que durou um dia inteiro. Antes da chegada dos brancos à America do Norte, o Búfalo era o mais numeroso de todos os grandes mamíferos terrestres. Vários têm sido os cálculos feitos pelos naturalistas, mas nenhum crê que houvesse menos de milhões de Búfalos na América do Norte. Os cowboys americanos não tinham palavras para descrever as manadas destes reis da planície.
O coronel Dodge, um dos maiores conhecedores da pradaria, descreve-nos uma manada com largura de uns quarenta quilômetros que se estendia de norte a sul, até onde os olhos podiam alcançar. Na época da navegação fluvial, o trânsito no rio Missuri chegava a ser às vezes interrompido durante dias por uma manada de Búfalos, que atravessavam as águas a nado. Nunca o Criador concedeu a país algum a graça de tal abundância de carne, mas devido a um desperdício voraz, nem a terça parte dos animais abatidos pelo homem branco era aproveitado. Havia apreciadores da carne das pradarias capazes de matar um Búfalo só para saborear-lhe a deliciosa língua, abandonando aos lobos o resto do animal. Muitas vezes matavam-se Búfalos para usar sua pele, e os primeiros colonizadores o faziam para engordar com eles os porcos. Milhões foram sacrificados só para livrarem deles as terras. Por volta de 1810 já os tinham forçado a migrar para além do Mississipi, e nas florestas do leste os seus únicos vestígios eram as trilhas que eles tinham aberto ao marchar em longas filas. A Estrada do Oeste de Don Boone seguia em parte uma trilha de Búfalo desde o Tennessee, através da garganta de Cumberland, até as terras salinas do Kentucky. Muitas cidades devem a sua localização a terem os Búfalos um dia aberto uma estrada ali.
O lançamento das estradas de ferro transcontinentais trouxe consigo a condenação das manadas de Búfalos. Mas o velho senhor das terras não se limitou a contemplar pacificamente a invasão: tentou opor-se-lhe derrubando os postes telegráficos, plantando-se no meio dos trilhos e entrando entre os vagões, despedaçava-lhes os engates. A Estrada de Ferro Kansas-Pacífico pagava ao coronel Willian Cody o suntuoso salário de 500 dólares por mês, para conservar a linha livre daqueles resfolegantes brutos. Com seu bando destruidor, não só dizimou as manadas, mas forneceu diariamente ao pessoal construtor toda a carne fresca que aguentassem comer, muito mais do que necessitavam. Uma vez, por uma aposta o coronel Cody matou num só dia sessenta e nove Búfalos. Em dezoito meses massacrou 4280 animais, e foi por isso que passou a ser conhecido pela alcunha de Buffalo Bill. Em face a semelhante ofensiva estava escrito o trágico destino do Búfalo: Os enormes animais tinham que desaparecer à medida que os brancos iam avançando.
Os colonizadores não podiam manter suas fazendas, suas cercas, seus rebanhos e colheitas, na presença destes "montros ferozes". Buffalo Jones (outro matador de Búfalos), de Santa Fe, declarou que em 1865 existiam apenas uns 15 milhões de Búfalos, dos quais foram exterminados, só nesse ano, mais de um milhão. Metade dos que sobejaram foram destruídos em 1872, o ano de maior matança. Em 1883 foi abatida em poucos dias a maior manada do estado de Montana, uns dez mil animais: atiradores exímios vigiavam todas as nascentes de água durante as horas abrazadoras do verão, e à noite, à luz das fogueiras, quando os pobres brutos, exasperados de sede, afrontavam as balas, para beber água, nem um só escapava.
Esta matança foi devida em grande parte, ao valor das peles, crescente à medida que elas escasseavam. Depois depositavam-nas à beira da estrada de ferro, em pilhas altas como as medas de feno do Kansas, numa extensão de muitos quilômetros. Para o fim, o rei da América primitiva era apenas um alvo fácil para os atiradores esportivos. Passando a ser moda para os ricos caçadores de caça grossa e para seus hóspedes ilustres matar o último Búfalo. O general Sheridan arranjou uma caçada para o Grão Duque Aleixo da Rússia, com o coronel Custer, o coronel Cody, um grupo de batedores índios (que haviam se bandiado para o lado dos brancos) e um esquadrão de cavalaria dos Estados Unidos, que fizeram uma batida aos últimos sobreviventes. Depois, comeram churrasco de Búfalo regado com Champagnhe.
Nas terras onde no passado as manadas eram soberanas, encontram-se hoje apenas os seus esqueletos alvejantes, espalhados por uma extensão de muitos quilômetros. Fotografias da época mostram-nos a planície branca de ossadas, a perder de vista. E, mesmo depois de reduzido a esqueleto, o Velho Búfalo continuou a ajudar o colonizador. Os ossos tinham um preço elevado no mercado, tanto para serem usados nas refinarias de açúcar, como para a fabricação de adubos químicos; e houve muita gente, dentre os antigos pioneiros, que pagou a primeira prestação da sua propriedade com o produto da venda de ossos de Búfalo que juntaram ao limpar o terreno adquirido. Um comerciante fez uma fortuna, expedindo para a cidade de Kansas um carregamento de três mil carroças. Por onde quer que houvesse passado o Velho Búfalo, sempre deixou luz e calor. Muitos anos depois de terem desparecido as suas manadas, quem viajasse através da planície desarborizada, conseguia combustível do estéreo Búfalo, em tais fogueiras se cozinhavam refeições reconfortantes, e muitas histórias foram contadas em torno delas.
Mesmo depois de terem desaparecido tais vestígios, os colonizadores das pradarias puderam achar o caminho para as nascentes, porque as trilhas que para lá conduziam, estrumadas por estes grandes animais durante gerações, estavam nitidamente marcadas por uma vegetação maior e mais viçosa. A terra veio a ser afinal cultivada e vedada, as estradas de ferro cruzando a planície em várias direções. Isolados, perseguidos, os últimos Búfalos corriam o risco de extinção completa. O Presidente Grand opôs-se a um projeto de lei para salvá-los, e o Congresso obstruiu sucessivamente a promulgação de várias medidas destinadas à sua conservação. Alguns homens brancos, porém, compreenderam que muita da força e orgulho do país, muito do esplendor americano se perderia quando desaparecesse o último dos Búfalos. Um nativo americano chamado Coiote Errante, um amigo provado do Búfalo, prestes a desaparecer, pegou a laço quatro crias, dois machos e duas fêmeas, e destes pares é que tiveram origem os dois grandes rebanhos Allard - Pancho e Courad, de estado de Montana, dos quais descendem muitos dos Búfalos de puro sangue que existem atualmente.
Em Panhandle, o coronel Charles Goodnight, a pedido da esposa, também salvou algumas crias bravas, que atraiu para a sua fazenda para as proteger, no que foi imitado por vários outros fazendeiros entusiastas do Oeste Selvagem. A Sociedade do Búfalo Americano, fundada em 1905 por Theodore Roosevelt e alguns amigos, conseguiu juntar 50 mil dólares para criar a Reserva Nacional do Búfalo, no estado de Montana. Atualmente existem também manadas perfeitas nos estados de Nebraska, Oklahoma, Dakota do Sul e no Parque Yellowstone, e introduziu-se também um rebanho no Alasca.
Mitakue Oyassin - Estamos todos relacionados
Em 1870, durante uma nevasca, em pleno dia, 100.000 Búfalos, caminharam em fila até desapareceram de um penhasco de 1000 metros de altura sob os olhares incrédulos de uns poucos caçadores. Seus corpos cobriram o fundo do desfiladeiro formando uma mórbida pilha de 300 metros de altura. O que mais impressionava é que este fato ocorreu no momento em que todos os Búfalos do território americano estavam sendo exterminados como parte de uma política de estado que objetivava empurrar as tribos indígenas cada vez mais para o oeste matando os Búfalos, que durante milênios foram sua principal fonte de alimento. Em função dessa nefasta política de estado, os índios americanos foram dominados e confinados em reservas, o oeste foi finalmente conquistado e ocupado. E os Búfalos, que na chegada do homem branco ao continente americano eram cerca de 60 milhões de animais, em 1912 estavam reduzidos a 800 animais em todo o território americano.
Búfalo Sagrado, Branco como a neve, Proteja meu coração Até o fim dos meus dias Na Boa Estrada Vermelha
Fonte: Canção da Meia-Noite - Jamie Sams e Natural History- Doanld Culross Peattie
"Nossas tipis são muito melhores de se viver, sempre limpas, quentes no inverno, frescas no verão, fáceis de transportar. O homem branco constrói casas imensas, parecidas com gaiolas, custam muito dinheiro, vedam a entrada do sol e não podem se mover, os homens brancos estão sempre doentes. Os índios e animais sabem como viver melhor do que o homem branco, ninguém pode ter boa saúde se não dispõe de sol, ar fresco e água pura. Se o Grande Espírito quisesse que os homens permanecessem num único lugar, teria feito o mundo imóvel. Mas Ele quer a mudança, de modo que os pássaros e os animais possam se mover e sempre encontrar grama verde e frutos maduros, sol, para trabalhar e brincar, noite para descansar, verão para as flores se abrirem e inverno para dormirem, sempre a mudança, tudo com algum benefício, nada por nada."
Chefe Falcão Voador- Oglala Sioux - Sobrinho de Tatanka Lyotake
"A implosão do pensamento comum começou. A energia daqueles que estiveram em cadeias, aprisionados por meio da manipulação dos pensamentos, estará livre para sonhar novamente. A mente daqueles que foram manipulados pelos outros a pensar pensamentos que não eram seus, que não são da Luz, vai estar dançando uma música nova. A revolução que vai trazer a Luz das Luzes já começou. O novo governo de Luz para a Luz está emitindo o comando para todos aqueles que estavam esperando o sinal, agora é tempo de acordar, o despertar da Era de Aquário... que começa em 21 de janeiro de 2011!
O dia 11 de janeiro de 2011 é o início da queda de todos os falsos profetas. Todos os falsos governos sofrerão um lento declínio e já não estarão em serviço para si próprios de egos para egos. As estruturas que não servem a Luz vão todas implodir e o governo da Luz para a Luz vai emergir lentamente quando o fogo da verdade for revelado.
Este é o ciclo final que a humanidade criou para si mesma. É o ritmo da vida... Uma nova criação emerge do final da grande ilusão e o despertar de um Mundo Novo e uma Nova Humanidade começou.
O começo do fim da escuridão teve início. Aqueles que estão dentro da estrutura dos que acham que vão continuar controlando a humanidade vão se tornar vítimas de seu próprio medo. A estrutura deles, das trevas, que cria medo para aqueles que estão dentro da sua criação, eles vão olhar uns para os outros com desconfiança crescente e vão começar a lutar entre si mesmos, porque o mal e as trevas são incapazes de criar. Eles criarão um espião para vigiar outro espião dentro de suas fileiras. O sistema entrará em colapso como acontece com todos os sistemas corruptos. Eles perseguirão uns aos outros como animais que perseguem seus próprios rabos. Haverá muitos rabos para perseguir e cada rabo terá um conto. A liderança dentro deles vai se tornar sem liderança, deixe o mal destruir o mal.
O envenenamento da terra, do ar, e da água vai parar dentro do tempo... A Era de Aquário é sobre a água, portanto todos os aspectos da água irão surgir. A partir do envenenamento para a limpeza, todo o conhecimento será liberado e o karma irá se tornar um amigo ou um inimigo... Manteremos a nossa água saudável e limpa. A água é você e você é a água."
Através dos Irmãos Anciãos e Chefes Espirituais das tribos nativas da América do Norte; estas mensagens espirituais foram recebidas na noite do dia 21 de dezembro, de 2010, na noite do Solstício de Inverno para o Hemisfério Norte e durante o Eclipse da Lua Cheia, nas Cerimônias Sagradas dos Caminhos da Ilha da Tartaruga, do Cachimbo Sagrado e da Oração do Caminho Sagrado da Avó Mulher Búfalo Branco.
"As coisas serão difíceis num futuro muito próximo, mas podemos fazer algo sobre isso e devemos começar a desitratar os alimentos e a economizar água. Não devemos esperar por ninguém. Não esperem por ninguém. Foi-me dito há muitos anos pelo maior de todos os anciãos dos mais velhos, que um dia o futuro não pertencerá àqueles que possuem o desenvolvimento e controle da tecnologia moderna, mas o futuro será daqueles que seguem a espiritualidade e buscam a evolução do espírito, para que sejam tocados pela energia do amor e da compaixão.
As cidades dos Estados Unidos estão em dificuldades tremendas. Digam a seus familiares para sairem das grandes e pequenas cidades. O Espírito nos disse que quando vocês virem a águia na cidade, é hora de ir para casa, para a natureza, junto à Mãe Terra. O Espírito também falou sobre as cidades, "Vai ser tão ruim nas cidades que a mãe não irá querer ver seru filho sobreviver nelas na época das Grandes Mudanças.
Então, isso depende de onde você irá estar, quando a Grande Mudança ocorrer. Esta grade de energia do sistema atual sera inexistente em muitas áreas. Se alguém tem uma fonte de energia alternativa, então suas chances de sobrevivência aumentam dramaticamente. Permanecer em estado de oração e de cerimônia do Sagrado criará uma oportunidade adicional de sobrevivência. Nosso paradigma, pensamentos, emoções, conhecimento, visões, tudo vai se intensificar e aumentar. Até mesmo genéticamente nós seremos diferentes.
E esta parte diferente, é a que muitas pessoas não entendem. Este conceito desconhecido é o que as pessoas precisam ter condições evolutivas próprias para entendimento. Esse condicionamento é desenvolvido pela Espiritualidade, e não por nenhuma religião. Nós compreendemos as religiões como doutrinas e dogmas feitos pelo homem que mudam na medida em que as idéias do homem também mudam, mas a espiritualidade e sua verdade nunca mudam ao sabor das idéias dos homens, é o Eu Sou a Consciência.
Tem tudo a ver com o coração, ouça o seu coração e sinta se nele há alguma possibilidade de que ele é ressonante com essa mensagem, então como o Espírito orientou na última noite... "Não esperem por ninguém." Isso foi repetido duas vezes para ser enfatizado. Haverá muito pouco tempo para os preparativos finais para o evento mais surpreendente que jamais aconteceu em todo o Universo, e desde o início dos tempos. Nós estamos aqui agora e começamos a participar disso tudo! Mas, precisamos estar acordados e conscientes, e nós precisamos saber o que estamos fazendo... Fiquem no Amor, mantenham sua Fé e estejam sempre fortes e diligentes. Orem pela nossa preciosa Mãe Terra, que está em transição e que agora quer levar-nos com ela."